Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Roberto Cunha |
Orientador(a): |
Pedrozo, Eugenio Avila |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/246157
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Resumo: |
A publicação do relatório “Nosso Futuro Comum”, ainda na década de 80, marca a abertura de uma agenda global que assume o “Desenvolvimento Sustentável” como um princípio a guiar o ambiente político e as políticas de desenvolvimento ao redor do mundo. Majoritariamente esta agenda tem sido definida em termos de cooperação internacional e políticas nacionais de “cima para baixo” que se baseiam, frequentemente, em noções questionáveis de vontade política. Contudo, para além da sustentabilidade debatida na agenda mainstream, o que se observa é a emergência de grupos que vêm desenvolvendo caminhos para meios de vidas mais sustentáveis, dentre eles, as ecovilas. Considerando a diversidade de práticas sustentáveis, de sustentabilidades, desenvolvidas por estes coletivos, o objetivo central desta tese foi analisar de que forma a sustentabilidade é enactada em uma ecovila no Rio Grande do Sul. Para tal, foram analisadas as práticas de sustentabilidade que fazem parte do cotidiano da comunidade Arca Verde, localizada em São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. A partir do aparato conceitual e metodológico da Teoria Ator-Rede, os dados da pesquisa foram produzidos a partir de entrevistas, análise documental e observação participante, realizada durante os 59 dias em que vivi na comunidade. A análise dos dados evidencia que a sustentabilidade conduzida nas ecovilas se diferencia do que se observa no discurso mainstream, integra saberes tradicionais às tecnologias desenvolvidas, assume práticas comunitárias e coletivas, bem como, práticas econômicas complementares, que extrapolam a racionalidade econômica predominante na agenda mainstream da sustentabilidade. Foi possível evidenciar ainda, que o arranjo específico de relações heterogêneas constituídas no contexto da ecovila, participa na realização de subjetividades sustentáveis. Como contribuição, a tese amplia os debates sobre sustentabilidade ao evidenciar que as sustentabilidades se dão em arranjos distintos de práticas, bem como, ao explorar o papel dos nãohumanos na produção destas. Por fim, as reflexões e evidências emergentes da presente pesquisa podem colaborar para o desenvolvimento de políticas públicas, ou mesmo iniciativas autônomas de grupos da sociedade civil que favoreçam a constituição de sujeitos mais sustentáveis e, no limite, de realidades mais sustentáveis. |