Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Berté, Isabela Lisboa |
Orientador(a): |
Goellner, Silvana Vilodre |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/163299
|
Resumo: |
A presente pesquisa tem como objetivo analisar as questões de gênero que atravessam a inserção e a permanência de atletas na Federação Rio-Grandense de Pugilismo. O trabalho centra-se na investigação acerca da existência de barreiras legais e simbólicas para a inserção de mulheres no Universo Cultural do Boxe; na análise da forma como as boxeadoras interpretam as transformações corporais e os ferimentos oriundos da prática esportiva; e, por fim, em como questões sociais e econômicas influenciam na permanência das atletas no pugilismo. A metodologia utilizada baseia-se na realização de entrevistas de História Oral com atletas e treinadores de boxe, tendo a preocupação de analisar os sentidos que estes constroem sobre suas experiências no pugilismo e sobre as questões de gênero que perpassam suas trajetórias esportivas. O estudo está fundamentado nos pressupostos teóricos da História Cultural e nos Estudos de Gênero, trabalhando com as representações sociais que as pessoas produzem sobre sua realidade e sobre a forma como socialmente corpos e subjetividades são construídos com base na dicotomia de gênero. O exercício analítico foi realizado considerando os objetivos da pesquisa e os referenciais teóricos, emergindo, assim, dois eixos de investigação: i) o processo histórico de inserção das mulheres no universo das lutas e ii) as representações de corpo e de gênero no meio esportivo. A partir das análises, foi possível verificar o processo recente de inserção de mulheres no boxe quando comparado a outras artes marciais, evidenciando uma maior resistência da sociedade. Também foi possível observar que os corpos das boxeadoras tencionam representações normativas de gênero, trazendo à tona discursos que colocam em xeque a feminilidade e a sexualidade das atletas, o que as leva a controlar seus treinamentos, em especial os de potencialização muscular, de modo a adequar suas corporalidades a padrões estéticos valorizados socialmente. Conclui-se que o gênero, longe de ser uma exigência do sexo biológico, é uma construção sempre inacabada, passível de ser controlada por discursos e por práticas, de modo a não exacerbar as barreiras impostas pela dicotomia de gênero. |