Reovirus aviário como causa de lesões articulares em frangos de corte no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Suyene Oltramari de
Orientador(a): Driemeier, David
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/194596
Resumo: A avicultura industrial é uma importante atividade econômica no Brasil. O ortoreovírus aviário (ARV, avian orthoreovirus), pertencente à família Reoviridae, gênero Orthoreovirus, causa prejuízos no mundo todo e tem sido alvo de pesquisas em diversos países. A artrite/tenossinovite em frangos de corte é uma das principais formas de apresentação e causa de altos índices de condenações ao abate. Falhas nas vacinas convencionais e o aumento da taxa de diagnósticos nos últimos cinco anos sugerem o surgimento de cepas patogênicas em todo o mundo. Esse estudo foi realizado a partir de amostras de membros pélvicos, provenientes de um abatedouro de frangos de corte do Brasil, com índices de condenação que variaram de 5 a 60%. A idade de abate das aves era de 22 a 28 dias, e não houve correlação entre sexo. As aves não possuíam imunidade passiva, pois as matrizes não eram vacinadas. Foram avaliadas as alterações macroscópicas e histopatológicas, realizada a detecção e análise filogenética dos ARVs envolvidos nos quadros de tenossinovite, bem como exame bacteriológico. Ao exame macroscópico foi observado em todas as aves aumento de volume, edema, hemorragias e ao corte havia exsudado seroso entre os tendões e a articulação. Apesar de similares, as lesões apresentavam diferentes graus de intensidade dentro dos lotes. As alterações histológicas consistiram de hiperplasia das membranas sinoviais associada a infiltrado inflamatório misto. Observou-se necrose de fibras musculares, bem como reabsorção de fibras e infiltrado mononuclear a misto. Nos tendões, além do infiltrado inflamatório proveniente dos músculos adjacentes, foi observada a formação de agregados linfoides. No tecido subcutâneo, havia infiltrado inflamatório misto, hemorragia e deposição de fibrina. O RNA viral foi detectado em todas as cinco amostras testadas através de RT-PCR. A genotipagem, seguida de análise filogenética, foi realizada pelo sequenciamento do gene Sigma C, sendo quatro cepas agrupadas na linhagem II e uma cepa na linhagem V. Todas as amostras foram negativas no exame de PCR para Mycoplasma synoviae e Mycoplasma gallisepticum, e no cultivo bacteriano não houve crescimento significativo. Estes resultados demonstram a epidemiologia, os achados macroscópicos e microscópicos das lesões de tenossinovite associadas à presença de cepas de ARVs diferentes das cepas vacinais, destacando a ocorrência de cepas patogênicas em criações de frango de corte no Brasil.