Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Avila, Ângela Aline Hack Schlindwein |
Orientador(a): |
Freitas, Claudia Rodrigues de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/271773
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Resumo: |
A pesquisa em questão volta-se à temática da medicalização de bebês e de crianças bem pequenas a partir das narrativas de professoras de creche. O objetivo geral da investigação foi analisar como se estabelecem, ou não, processos de medicalização nessa faixa etária, enquanto os objetivos específicos buscaram investigar as reflexões das professoras participantes sobre seu papel nesses processos e analisar como as relações de cuidado entre as professoras e as crianças se relacionam às narrativas de medicalização. A pesquisa adotou uma abordagem metodológica inspirada na cartografia e no pesquisar COM, enfatizando o seu posicionamento ético-político e o compromisso com os bebês, as crianças pequenas e a Educação Infantil, destacando a importância de ouvir a voz das oito professoras participantes - atuantes na etapa da creche – e de trazer suas experiências e memórias para enriquecer a pesquisa, cuja estrutura se organiza em capítulos que abordam diferentes aspectos do tema. No capítulo de revisão de literatura, contextualizase o espaço da creche, discutindo-se as orientações legais para essa etapa da educação básica, além de problematizar o olhar socialmente construído sobre essa. Igualmente, abordam-se questões como a ausência das crianças com deficiência da BNCC e a transformação do desenvolvimento infantil em objetivos curriculares. No capítulo seguinte, o conceito de medicalização é explorado, sendo destacado como esse processo pode afetar os primeiros anos de vida das crianças, especialmente no ambiente escolar da Educação Infantil. Por meio de narrativas de uma história fictícia – baseada em evidências - é evidenciado como processos de medicalização reduzem as crianças a diagnósticos e a classificações patológicas. A pesquisa envolveu encontros individuais e coletivos com as professoras participantes, cujas narrativas revelaram práticas não medicalizantes no contexto investigado. Através desses encontros, identificaram-se três eixos centrais: as inquietações das professoras diante de crianças que as interrogam; a importância do apoio pedagógico; e a evidência do coletivo na construção de práticas não medicalizantes. É importante ressaltar que as evidências encontradas nesta investigação são específicas desse contexto e não podem ser generalizadas a todas as etapas da Educação Infantil ou a outros contextos educacionais. No entanto, o estudo confirma que a indagação das professoras sobre as crianças não é o que leva à medicalização, mas sim as escolhas e as ações tomadas a partir dessas inquietações. A pesquisa destaca a importância das relações entre as professoras, que podem afetar positivamente ou negativamente a abordagem em relação às crianças. O estudo em comento conclui que, quando as professoras estão isoladas, elas tendem a direcionar seus olhares de forma medicalizante às crianças que lhes causam inquietação. No entanto, quando há apoio pedagógico e um ambiente de trabalho coletivo, as práticas não medicalizantes são promovidas. A pesquisa ressalta a importância de valorizar as vozes das professoras de creche e de reconhecer seu papel significativo no desenvolvimento das crianças nessa fase da Educação Infantil. Por fim, destaca-se que este estudo é um fragmento de um todo maior e provisório, que suscita novas indagações e reflexões sobre a docência na creche e os processos de medicalização do viver infantil. |