Estratégias de polinização e biologia reprodutiva em orquídeas Oncidiinae do Sul do Brasil

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Castro, Jonas Blanco
• Orientador(a): Singer, Rodrigo Bustos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: eng
• Palavras-chave em Português: Oncidiinae; Orquídeas; Polinização; Abelhas
• Palavras-chave em Inglês: Apidae bees; Floral resources
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/248070

Oncidiinae é uma das principais subtribos de orquídeas na região Neotropical, tanto em número de representantes quanto em diversidade de hábitats e estratégias de polinização. A subtribo possui um histórico taxonômico bastante controverso. Oncidium – o principal gênero de Oncidiinae – se mostrou parafilético e teve diversas espécies sendo incluídas em gêneros distintos, sendo que a maioria das espécies brasileiras foram transferidas para Gomesa. Na presente tese, estudamos as estratégias de polinização e biologia reprodutiva em orquídeas Oncidiinae da região sul do Brasil, com destaque para espécies do gênero Gomesa. Em um primeiro momento, realizamos uma revisão bibliográfica, compilando todas as informações acerca dessas espécies e seus recursos florais, grupos polinizadores, formação de frutos e outras características associadas. A seguir, realizamos observações em populações nativas de quatro espécies representativas de Oncidiinae: G. flexuosa, G. ranifera, G. cornigera e G. riograndensis. Todas essas espécies apresentam flores oleíferas e são polinizadas por abelhas Apidae coletoras de óleos, dos gêneros Centris, Paratetrapedia, Trigonopedia, Lophopedia e Arhysoceble. Também investigamos a proposta encontrada na literatura de que alguns membros da subtribo podem se valer de mimetismo como estratégia para polinização. Para tanto, acompanhamos indivíduos de G. flexuosa em presença e ausência de Janusia guaranitica (Malpighiaceae). Contudo, a partir de nosso experimento, não identificamos um aumento na visitação ou no sucesso reprodutivo da orquídea quando em presença de seu modelo putativo. Com base nos novos dados, buscamos uma explicação alternativa para a semelhança entre as flores dos dois táxons envolvidos, e amparamos nossa discussão sobre a hipótese de EPB (do inglês, “exploitation of perceptual biases”). De acordo com esse processo, as orquídeas teriam se beneficiado de uma relação previamente existente entre planta (Malpighiaceae) e polinizador (abelha Apidae), mas não teriam evoluído características semelhantes com base nas malpiguiáceas como organismo modelo. Ao final da tese, discutimos os conhecimentos adquiridos frente aos trabalhos já publicados acerca das questões que envolvem ou podem influenciar na polinização dessa importante subtribo de orquídeas.