Resumo: |
Oncidiinae é uma das principais subtribos de Orchidaceae em número de representantes dentro da região Neotropical. As relações taxonômicas e filogenéticas entre as espécies da subtribo sempre foram controversas, sendo recentemente esclarecidas após o desenvolvimento de filogenias baseadas em caracteres moleculares. Como resultado, muitos gêneros foram atestados como não monofiléticos, entre eles Oncidium Sw., o gênero tipo da subtribo. As espécies brasileiras do gênero foram, então, transferidas para um conceito amplo de Gomesa R.Br., a fim de gerar grupos monofiléticos. Como atualmente aceita, Gomesa abrange 133 espécies do Brasil. Após observações de campo e revisão de literatura e herbários, foi detectada a necessidade de realização de tipificações e sinônimos sobre as espécies do sul do Brasil. Portanto, fornecemos uma lista de 20 holótipos, 3 isótipos, 8 síntipos, 16 lectótipos, 1 isolectótipo e 2 neótipos. Os novos sinônimos propostos são Gomesa montana (= G. barbaceniae); G. ciliata (= G. barbata); Oncidium raniferum var. major e G. loefgrenii (= G. hookeri); G. gravesiana (= G. imperatoris-maximiliani); G. gardneri (= G. pectoralis); G. planifolia (= G. recurva); e G. longipes (= G. uniflora). Após o conhecimento das identidades das espécies, realizamos uma sinopse de Gomesa no Estado do Rio Grande do Sul. Neste estudo, vinte espécies foram descritas, ilustradas e mapeadas. Pudemos observar que a riqueza específica é maior nas regiões leste e norte, enquanto diminui em direção ao oeste e sul. Em relação à lista de espécies previamente citadas para Estado, devem ser suprimidos 13 nomes e acrescentados três: Gomesa barbaceniae, G. imperatoris-maximiliani e G. pectoralis. Além disso, foram estudadas as estratégias de polinização e os sistemas reprodutivos de duas espécies representativas, Gomesa flexuosa e G. cornigera. Estas espécies oferecem óleos florais como recompensas a seus visitantes e são polinizadas por fêmeas de Centris trigonoides e Trigonopedia ferruginea, respectivamente. Ambas são polinizador-dependentes, mas fortemente auto-incompatíveis em relação aos seus sistemas de reprodução. Apesar de apresentarem altas porcentagens de frutificação por polinização cruzada em condições controladas (66,67% e 71,74%), suas eficiências de polinização são baixas, evidenciadas pelos índices de Nilsson de 0,27 e 0,35, que refletem em seus respectivos sucessos de frutificação. Esses fatores aliados aos comportamentos dos polinizadores, à provável ocorrência de auto-polinizações e a influência de características ecológicas resultam em baixas frutificações nas populações naturais, de no máximo 1,54% em Gomesa flexuosa e 6,10% em G. cornigera. |
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