Inovações nos repertórios de contestação : o confronto em torno do transporte público em Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Camila Farias da
Orientador(a): Silva, Marcelo Kunrath
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/143124
Resumo: A partir do estudo de eventos de protesto relacionados ao tema do transporte público, tendo as mobilizações de 2013 e seus desdobramentos como objeto empírico central, busca-se analisar como, através de diferentes performances que conformam tais eventos, são produzidas inovações nos repertórios de contestação. Para responder a este problema, foram estudadas as performances desenvolvidas nas manifestações que ocorreram em Porto Alegre nas últimas décadas e que tiveram como principal reivindicação a tarifa do transporte público. A literatura sobre as manifestações no Brasil em 2013 não desenvolve análises mais específicas sobre as inovações nos repertórios e nas performances identificadas. A literatura sobre “repertório” e sobre “performance” traz alguns elementos importantes para a compreensão do processo de inovação, porém tende a não apresentar uma sistematização ou um modelo explicativo para abordar tal processo. A proposta desta pesquisa é, portanto, avançar na formulação de um modelo que sistematize o processo de inovação nos repertórios de contestação, tendo como objeto as transformações nas manifestações sobre o transporte público em Porto Alegre. Como resultados, a pesquisa apresenta três mecanismos importantes no processo de inovação: adaptação, experimentação interativa (para explicação da emergência das performances) e rotinização (para explicação da incorporação no repertório). A entrada de novos atores no processo de mobilização foi uma característica central em 2013. O mecanismo de adaptação se daria através da trajetória desses atores e de dinâmicas de difusão. O mecanismo de experimentação interativa diz respeito a improvisações não previstas na interação. A rotinização das performances acontece através das noções de eficácia, de identificação, pela importância das organizações e pelo diálogo que estabelecem com o público. Algumas dimensões importantes no processo de inovação, que não foram previstas, apareceram no decorrer da pesquisa: o contexto político institucional, as disputas interpretativas sobre o confronto e os impactos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), influenciando o processo de inovação nos repertórios de contestação.