Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Speransa, Daniela Michelim Rodriguez |
Orientador(a): |
Faulhaber, Gustavo Adolpho Moreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/214376
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Resumo: |
A aloimunização eritrocitária é a formação de um anticorpo à exposição de um antígeno não próprio no indivíduo, podendo ocorrer em uma transfusão de sangue, gestação ou transplante. Essa formação dos anticorpos irregulares pode ser responsável por reações transfusionais hemolíticas graves durante a transfusão de hemocomponentes incompatíveis. Em pacientes politransfundidos, a taxa de aloimunização pode atingir 30% dos indivíduos e, após ser sensibilizado, há chance de 20 a 30 vezes de formar um novo anticorpo, sendo um importante problema naqueles pacientes que recebem suporte de transfusões crônicas. Existem fatores que podem estar envolvidos no aumento dessa taxa, como: o número de transfusões, o grau de imunogenicidade do antígeno, fatores genéticos do paciente e fatores adquiridos relacionados à doença. O objetivo deste trabalho é determinar a prevalência de aloimunização e avaliar fatores predisponentes, a fim de coadutar informações que embasem a mudança do protocolo institucional. Através de um estudo coorte retrospectivo, foram analisados os históricos transfusionais de 287 pacientes que realizaram transfusões de concentrado de hemácias no ambulatório do serviço de Hemoterapia, no período de 2007 a 2017. O critério de inclusão do trabalho foram pacientes com síndrome mielodisplásica, anemias aplásticas, esferocitose hereditária, anemias hemolíticas e hemoglobinopatias (anemia falciforme e talassemia), que receberam pelo menos uma unidade de concentrado de hemácias no período do estudo. Observamos uma prevalência de aloimunização de 26%, sendo mais comuns os anticorpos do sistema Rh (52,6%) e Kell (28,9%). Destes pacientes, 28 (9,8%) desenvolveram múltiplos anticorpos, sendo a combinação mais frequente a dos anticorpos anti-D e anti-C (13,6%). O sistema Rh e Kell estão presente em 97,7% das combinações de anticorpos encontrados. Analisando as variáveis que predispõem a aloimunização, observamos associações estatística significativa entre o fator RhD negativo (P=0,004), profilaxia inicial (sistema Rh e Kell) (P=0,039) e alelo HLA-DRB1*15 (P=0,035). Entretanto, ao analisarmos o número de bolsas transfundidas até adquirir o anticorpo, observamos aparentemente uma associação inversa. Com o propósito de esclarecer este achado, realizamos uma análise multivariável, com as principais variáveis envolvidas, e observamos que apenas a variável alelo HLA-DRB1*15 manteve sua associação significativa no modelo de regressão final. Esses dados indicam que o risco à aloimunização é ditado não só pelos fator extrínsecos (exposição), mas também por fatores intrínsecos, como fatores genéticos e doença base, sugerindo que existem populações de pacientes com maior benefício de profilaxia estendida. |