Aloimunização de doadores de sangue como fonte de anti-soros e hemácias raras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rodrigues, Aline Trombini [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/137794
Resumo: O conhecimento dos fenótipos eritrocitários de doadores de sangue é um procedimento essencial na prática transfusional, o qual aumenta a eficácia e a segurança do ato transfusional, além de prevenir a aloimunização. Os antígenos eritrocitários são clinicamente significantes na medicina transfusional, por serem altamente imunogênicos e pela possibilidade de causarem reações transfusionais, aloimunizações, anemias hemolíticas autoimunes e doença hemolítica do feto e recém-nascido (DHFRN). A incidência de aloimunização à antígenos eritrocitários é alta em pacientes politransfundidos, principalmente nos portadores de hemoglobinopatias e em pacientes submetidos a transplantes. O objetivo deste trabalho foi elaborar um banco de doadores de hemácias com diferentes fenótipos e painéis contendo soros e plasmas com anticorpos de importância clínica para atender e agilizar a transfusão de receptores de sangue alossensibilizados. Foi realizado um levantamento dos doadores de sangue do Hemocentro de Botucatu fenotipados utilizando registros de livros de bancada do ano de 2001 a 2007 e do sistema informatizado (Sistema de Banco de Sangue – SBS), através do qual encontramos um total de 6.039 doadores fenotipados, sendo que 2.700 tinham apenas registro nos livros de bancada. Das 31.942 amostras de doadores de sangue em que foram realizadas a Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) no período do nosso estudo, 77 apresentaram a PAI positiva na rotina laboratorial. Para a elaboração do Banco de Doadores Fenotipados, foram cadastrados e validados (duas ou mais fenotipagens realizadas) no sistema informatizado SBS, 7.074 antígenos de todos os sistemas de grupos sanguíneos. Desses, 4.748 (67,1%) antígenos pertenciam ao sistema Rh e 2.326 (32,9%) pertenciam a outros sistemas de grupos sanguíneos. Dos antígenos cadastrados (7.074), 2.396 (89%) antígenos não tinham nenhum histórico de fenotipagens anteriores e 304 (11%) já possuíam histórico e foram validados. De um total de 31.942 doadores de sangue, 77 apresentaram a PAI positiva. Para elaboração da soroteca/plasmateca constituída por painéis de soros/plasmas raros, realizamos novamente a PAI dessas amostras, seguida da Identificação de Anticorpos Irregulares (IAI), do tratamento com Dithiothreitol (DTT), se necessário, e da titulação de anticorpos. Destas 77 amostras de PAI positiva, 21 constituíram a soroteca/plasmateca, pois consideramos como critérios de inclusão: a importância clínica, a especificidade e o título dos anticorpos (reatividade com diluição maior que 1/2). Do total de anticorpos identificados (77), os de maior prevalência foram: anti-D, anti-E, anti-Dia, anti-M, anti-D+C e anti-Lea. Assim sendo, concluímos que é de suma importância a elaboração de um Banco de Doadores de Sangue com fenótipos menos frequentes, para que os pacientes em esquema de transfusão de concentrado de hemácias possam ser transfundidos de modo mais compatível possível, prevenindo deste assim a aloimunização a antígenos eritrocitários e otimizando a prática transfusional. É essencial também a elaboração de uma soroteca/plasmateca constituída de painéis de soros/plasma com anticorpos de importância clínica e, com isso, proporcionar além de uma maior agilidade na triagem da bolsa de concentrado de hemácias compatível, uma maior segurança para o paciente transfundido.