Metabolismo de lipídeos em gatos : estudo da aceitação de ácidos graxos de cadeia média e dos efeitos da inclusão de ácido ү-linolênico na formação de ácido araquidônico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Trevizan, Luciano
Orientador(a): Kessler, Alexandre de Mello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/17078
Resumo: Os lipídeos representam uma porção importante da dieta dos carnívoros. São responsáveis pelo fornecimento de energia e ácidos graxos essenciais. Ácidos graxos de cadeia média são conhecidos por causar recusa alimentar em gatos. Gatos são incapazes de dessaturar ácido linoléico (AL) para formar ácido araquidônico (AA) devido à baixa atividade enzima Δ6 desaturase. O objetivo deste trabalho foi determinar se haveria aversão à dieta, alterações nos lipídios e lipoproteínas plasmáticas em gatos alimentados com dietas contendo triglicerídeos de cadeia média (TCM). O segundo trabalho teve como objetivo determinar se aumentando a concentração de AL seria possível induzir Δ6 desaturase a produzir ácido γ-linolênico (GLA) e, em seguida, a síntese de AA, ou se outra via alternativa existiria para produzir AA independentemente da enzima Δ6 desaturase. Vinte e nove gatos adultos, fêmeas, clinicamente normais foram divididos aleatoriamente em três grupos alimentados por 8 semanas com dietas diferindo apenas no perfil lipídico (baixo AL com alto TCM (LL ou HMCT) n = 10; alto AL (HL ou LMCT) n = 9; e outros com dieta GLA (GLA) n = 10. Os gatos foram alimentados de acordo com o seu peso metabólico (100 kcalEM*kg0.67dia-¹). O consumo diário, peso corporal semanal (PC) e escore de condição corporal (ECC, 1-9, ideal=5) foram utilizados para ajustar o consumo diário e calcular a energia de mantença para cada gato, visando ECC ideal. Amostras de sangue foram obtidas após jejum noturno no dia 0, 14, 28 e 56, sendo avaliados triglicerídeos plasmáticos (TG), colesterol total (CT) e suas frações (LP-C). No segundo experimento, estudou-se o perfil dos ácidos graxos dos fosfolipídeos plasmáticos e das membranas plasmáticas das hemácias. No primeiro e segundo estudo medidas repetidas no tempo - ANOVA e teste de Tukey (α=0,05) para comparação múltipla não revelaram diferenças entre as dietas com relação ao consumo alimentar, PC, ECC e exigência basal de energia quando a primeira semana deixou de ser considerada. No primeiro estudo a dieta HMCT aumentou significativamente TG, porém os valores ficaram dentro da normalidade para a espécie. Não foram observados efeitos sobre CT ou LP-C entre dietas, somente efeito de tempo. O segundo estudo não demonstrou uma via alternativa para formar AA. A enzima Δ6 dessaturase mostrou-se inativa, mesmo na dieta com alta concentração de substrato (AL). Porém, quando GLA foi adicionado a concentração de AA nos tecidos foi mantida. Os resultados destes estudos demonstram que gatos consomem TCM sem recusa alimentar e que não existe uma via alternativa funcional para a formação de AA, mas gatos são capazes de produzi-lo quando GLA é incluído na dieta.