Ensaios em macroeconomia aplicada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Hudson Chaves
Orientador(a): Pôrto Júnior, Sabino da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/158135
Resumo: Esta tese apresenta três ensaios em macroeconomia aplicada e que possuem em comum o uso de técnicas estatísticas e econométricas em problemas macroeconômicos. Dentre os campos de pesquisa da macroeconomia aplicada, a tese faz uso de modelos macroeconômicos microfundamentados, em sua versão DSGE-VAR, e da macroeconomia financeira por meio da avaliação do comportamento da correlação entre os retornos das ações usando modelos Garch multivariados. Além disso, a tese provoca a discussão sobre um novo campo de pesquisa em macroeconomia que surge a partir do advento da tecnologia. No primeiro ensaio, aplicamos a abordagem DSGE-VAR na discussão sobre a reação do Banco Central do Brasil (BCB) as oscilações na taxa de câmbio, especificamente para o caso de uma economia sob metas de inflação. Para tanto, baseando-se no modelo para uma economia aberta desenvolvido por Gali e Monacelli (2005) e modificado por Lubik e Schorfheide (2007), estimamos uma regra de política monetária para o Brasil e examinamos em que medida o BCB responde a mudanças na taxa de câmbio. Além disso, estudamos o grau de má especificação do modelo DSGE proposto. Mais especificamente, comparamos a verossimilhança marginal do modelo DSGE às do modelo DSGE-VAR e examinamos se o Banco Central conseguiu isolar a economia brasileira, em particular a inflação, de choques externos. Nossas conclusões mostram que as respostas aos desvios da taxa de câmbio são diferentes de zero e menores do que as respostas aos desvios da inflação. Finalmente, o ajuste do modelo DSGE é consideravelmente pior do que o ajuste do modelo DSGE-VAR, independentemente do número de defasagens utilizadas no VAR o que indica que de um ponto de vista estatístico existem evidências de que as restrições cruzadas do modelo teórico são violadas nos dados. O segundo ensaio examina empiricamente o comportamento da correlação entre o retorno de ações listadas na BMF&BOVESPA no período de 2000 a 2015. Para tanto, utilizamos modelos GARCH multivariados introduzidos por Bollerslev (1990) para extrair a série temporal das matrizes de correlação condicional dos retornos das ações. Com a série temporal dos maiores autovalores das matrizes de correlação condicional estimadas, aplicamos testes estatísticos (raiz unitária, quebra estrutural e tendência) para verificar a existência de tendência estocástica ou determinística para a intensidade da correlação entre os retornos das ações representadas pelos autovalores. Nossas conclusões confirmam que tanto em períodos de crises nacionais como turbulências internacionais, há intensificação da correlação entre as ações. Contudo, não encontramos qualquer tendência de longo prazo na série temporal dos maiores autovalores das matrizes de correlação condicional. Isso sugere que apesar das conclusões de Costa, Mazzeu e Jr (2016) sobre a tendência de queda do risco idiossincrático no mercado acionário brasileiro, a correlação dos retornos não apresentou tendência de alta, conforme esperado pela teoria de finanças. No terceiro ensaio, apresentamos pesquisas que utilizaram Big Data, Machine Learning e Text Mining em problemas macroeconômicos e discutimos as principais técnicas e tecnologias adotadas bem como aplicamos elas na análise de sentimento do BCB sobre a economia. Por meio de técnicas de Web Scraping e Text Mining, acessamos e extraímos as palavras usadas na escrita das atas divulgadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no site do BCB. Após isso, comparando tais palavras com um dicionário de sentimentos (Inquider) mantido pela Universidade de Harvard e originalmente apresentado por Stone, Dunphy e Smith (1966), foi possível criar um índice de sentimento para a autoridade monetária. Nossos resultados confirmam que tal abordagem pode contribuir para a avaliação econômica dado que a série temporal do índice proposto está relacionada com variáveis macroeconômicas importantes para as decisões do BCB.