Viabilidade da biópsia do linfonodo sentinela no carcinoma de mama após terapia neoadjuvante : análise de desfechos em um seguimento de 10 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fontana, Sabrina Khaler Ribeiro
Orientador(a): Biazús, Jorge Villanova
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/217545
Resumo: Introdução: A terapia neoadjuvante (NAT) proposta a pacientes com câncer de mama em estágio inicial permite uma nova possibilidade de tratamento cirúrgico menos agressivo e oferece um desafio na redução da extensão da cirurgia axilar em pacientes com linfonodo clinicamente negativo ou com comprometimento nodal previamente a terapia. No entanto, mesmo que a avaliação da resposta do tumor mamário esteja amplamente padronizada, o manejo da axila no câncer de mama permanece controverso, principalmente no grupo de pacientes com linfonodos clinicamente positivos (cN+) que se convertem em axila negativa (cN0) após o tratamento. Nestes casos, o uso da biópsia do linfonodo sentinela (SNB) ainda é discutível, uma vez que a taxa de falso-negativos (FNR) é significativamente alta (13-14%). Objetivo: O propósito deste estudo monoinstitucional retrospectivo, com um longo seguimento, foi avaliar a viabilidade da SNB em pacientes com câncer de mama submetidas a NAT, que inicialmente apresentavam linfonodo clinicamente negativo (cN0) ou positivo (cN+) e permaneceram ou tiveram estado axilar convertido para ypN0. Para tanto, foram analisadas as taxas de recorrência axilar (AR), sobrevida livre de doença à distância (DDFS) e sobrevida global (OS). Métodos: Este estudo foi desenvolvido no Instituto Europeu de Oncologia – Milão (IEO-Milão), de 2000 a 2015. Foi analisado um total de 688 mulheres portadoras de câncer de mama com doença clínica mamária estágio 1-3 (cT1-3), as quais foram divididas em 2 grupos: Grupo 1 (n=466; 67,7%), sem doença axilar (cN0) e que permaneceram cN0 no final do tratamento neoadjuvante e; Grupo 2 (n=222; 32,3%), com doença axilar (cN+) e que se tornaram cN0 ao final do tratamento neoadjuvante. O linfonodo clinicamente positivo foi confirmado através de exames de imagem ou por punção aspirativa com agulha fina (PAAF). Os dois grupos de pacientes foram submetidos à SNB com a identificação de pelo menos um linfonodo axilar, independente do método Esvaziamento Axilar Dirigido (TAD). O esvaziamento axilar não foi realizado quando o anatomopatológico transoperatório do linfonodo sentinela (SN) era negativo para metástases. A SNB foi executada empregando somente a nossa técnica padrão preconizada com colóide marcado com tecnécio. A NAT, TAD e a radioterapia nodal adjuvante foram aplicadas conforme as diretrizes vigentes no IEO-Milão. Resultados: Após um acompanhamento médio de 9,2 anos (IQR 5,3-12,3), a sobrevida global, em 5 e 10 anos foi: toda a coorte, 91,3% (IC de 95%; 88,8-93,2) e 81,0% (IC de 95%; 77,2-84,2), respectivamente; Grupo 1 - 92% (IC 95%; 89-94,2) e 81,5% (IC 95%; 76,9-85,2), respectivamente; Grupo 2 - 89,8% (IC 95%; 85-93,2) e 80,1% (95% CI; 72,8-85,7), respectivamente. A recidiva axilar ocorreu em 1,8% das pacientes inicialmente cN1/2 e 1,5% das pacientes inicialmente cN0. A incidência cumulativa de eventos à distância em 10 anos foi ligeiramente maior para pacientes cN1/2 (16,6%) em comparação com cN0 (13,1%), embora essa diferença não foi estatisticamente significativa (p=0,148). Não foi observado diferença na incidência cumulativa de eventos loco-regionais (locais, axilares e outros regionais, analisados separadamente) nos grupos de pacientes estudados. Conclusão: Os resultados alcançados ratificam os dados preliminares obtidos no seguimento de 5 anos deste mesmo grupo de pacientes. O estudo sugere que a SNB padrão é um método eficaz para avaliação do status axilar após o NAT e corrobora sua indicação à pacientes cN1/2 que se tornam cN0 após a NAT. Não foi observado piores desfechos neste grupo de pacientes (Grupo 2).