Resumo: |
O guabijuzeiro (Myrcianthes pungens) é uma espécie semi-domesticada, pertencente à Família Myrtaceae, com ampla ocorrência no Rio Grande do Sul (RS). É uma espécie frutífera nativa da Região Sul do Brasil e apresenta potencial alimentício e econômico. O objetivo deste trabalho foi construir uma proposta de escala fenológica BBCH, avaliar as fases fenológicas e caracterizar os parâmetros físico-químicos dos frutos dos 16 acessos da coleção de trabalho da UFRGS, identificar acessos com características agronômicas passiveis de uso em programas de melhoramento genéticos, além de relatar a ocorrência e avaliar os acessos com maior tolerância a Puccinia sp. no guabijuzeiro. O estudo foi realizado em Eldorado do Sul na Estação Experimental Agronômica (EEA) da UFRGS, entre os anos de 2018 e 2020. Para elaborar a escala BBCH foram avaliadas e fotografadas, semanalmente, as mudanças dos principais estádios de crescimento. Quatro plantas por acesso, tiveram seu desenvolvimento acompanhado durante todo o ciclo produtivo. A curva de crescimento dos frutos foi obtida através do diâmetro transversal (equatorial) do fruto. Frutos maduros dos acessos, foram coletados de janeiro a março de 2019 e 2020. Os frutos foram analisados, quanto a: massa fresca (MF), comprimento (Comp), diâmetro (Diam), rendimento de polpa (RP), sólidos solúveis totais (SS), acidez total titulável (AT), relação SS/AT, luminosidade (L), coordenadas de croma a* e b*, cromaticidade (C*) e tonalidade de cor (ho). Para a escala BBCH, foram obtidos oito estádios principais, a saber: desenvolvimento das gemas foliares, desenvolvimento das folhas, elongação do ramo principal, aparecimento da flor, floração, formação dos frutos, maturação dos frutos e redução de crescimento de inverno. Na avaliação fenológica dos acessos, o ciclo completo apresentou variação de 145 - 166 dias com soma térmica (ST) de 1.769 – 2.082 oC em 2018/2019. Já para 2019/2020, de 139 - 170 dias com ST variando de 1.713 – 2.211 oC. Os resultados indicaram que existe variação na época de maturação dos frutos e na duração do ciclo reprodutivo, tendo o fruto apresentado curva de crescimento sigmoide simples. Também houve variação para os parâmetros físico- químicos dos frutos, as mínimas e máximas observadas foram: MF= 1,67 a 4,97 g; Comp= 11,96 a 18,00 mm; Diam= 14,40 a 20,60 mm; Comp/Diam= 0,82 a 0,92; RP= 21,60 a 54,16 %; SS= 15,08 a 27,80 oBrix; AT= 0,11 a 0,27 %; O principal componente da cor da casca dos frutos é o cinza. A partir de estudo de dissimilaridade entre os acessos pode-se verificar variabilidade, formando-se três grupos distintos relacionados a variações genéticas entres estes. Em relação a Puccinia sp., os acessos G05 e G08 apresentaram maior tolerância ao patógeno. |
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