Efeitos do metilglioxal sobre o metabolismo energético, parâmetros de estresse oxidativo e astrogliais em células de gliomas C6

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Hansen, Fernanda
Orientador(a): Goncalves, Carlos Alberto Saraiva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/194140
Resumo: O metilglioxal é um composto dicarbonil - extremamente reativo, que está envolvido na patogênese de diversas doenças, como diabetes mellitus e doença de Alzheimer. Sua citotoxicidade é atribuída principalmente à formação dos produtos finais de glicação avançada (AGEs, do inglês Advanced Glycation End Products). Apesar da disfunção astroglial parecer estar envolvida no surgimento de doenças neurodegenerativas – dentre elas a demência microvascular e a doença de Alzheimer, o efeito do metilglioxal sobre as funções desta célula foi pouco abordado. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito do metilglioxal, em curto (1 hora e 3 horas) e longo prazo (24 horas), sobre o metabolismo energético, parâmetros de estresse oxidativo e astrogliais em células de glioma C6. O metilglioxal não foi capaz de alterar a morte e viabilidade celular em nenhum dos momentos até 24 horas de exposição. A secreção de S100B, um marcador de ativação astroglial, não foi alterada. Além disso, a incubação com metilglioxal mostrou-se capaz de aumentar a produção de espécies reativas e reduzir o conteúdo intracelular de glutationa (GSH) em 1 e 24 horas. Observou-se também aumento do conteúdo extracelular de GSH e da captação de glutamato em 1 hora, seguido por uma diminuição desses parâmetros em 24 horas. Verificou-se aumento da captação de glicose e da oxidação de glicose e de glicina a CO2 em 1 hora e aumento da conversão de glicose e de glicina a lipídios em 3 horas e em 1 hora, respectivamente. Já a síntese protéica a partir de glicina diminuiu em 1 e 3 horas. A oxidação de lactato a CO2 não foi alterada nos períodos estudados. Verificou-se que a atividade das enzimas glioxalase I e II estava diminuída em 24 horas de exposição ao metilglioxal, efeito que foi acompanhado de um aumento na quantidade de AGEs. Juntos, estes resultados fornecem evidência de que o metilglioxal prejudica o funcionamento das células astrogliais C6 através de alterações no metabolismo energético, no perfil oxidativo, do dano ao sistema glioxalase e do aumento do conteúdo de AGEs. Em períodos de maior exposição ao metilglioxal, as alterações observadas neste estudo poderiam ser exacerbadas, gerando um maior aumento da quantidade de metilglioxal intracelular e, assim, contribuindo com o surgimento ou agravamento de doenças neurodegenerativas.