Uma compreensão etnometodológica do trabalho de fazer ser membro na fala-em-interação de entrevista de proficiência oral em português como língua adicional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Fortes, Melissa Santos
Orientador(a): Schlatter, Margarete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/26736
Resumo: A descrição realizada nesta pesquisa aponta para uma compreensão etnometodológica do trabalho de fazer ser membro na fala-em-interação de entrevista de proficiência oral em português como língua adicional. O objetivo deste estudo é atingir uma compreensão de proficiência oral em língua adicional da perspectiva dos participantes na entrevista de proficiência oral em português como língua adicional do exame Celpe-Bras, de modo a realizar, a partir dessa compreensão, a proposição de um entendimento de proficiência e de parâmetros de avaliação de proficiência oral em língua adicional que possam ser válidos e confiáveis para o uso da linguagem para ação no mundo (Clark, 1996). Pela adesão ao arcabouço teórico da Etnometodologia (Garfinkel, 1967; Garfinkel e Sacks, 1970) e aos princípios teórico-metodológicos da Análise da Conversa Etnometodológica, este estudo entende que a fala-em-interação de entrevista de proficiência oral em língua adicional é uma realização intersubjetiva e contingente para todos os efeitos práticos da realização dessa atividade cotidiana pelos interagentes. Para alcançar o objetivo desta pesquisa, foram analisadas entrevistas de proficiência oral do exame Celpe-Bras, segmentadas de um corpus de 10h de entrevistas gravadas em áudio em um dos postos aplicadores do Celpe-Bras na Região Sul do Brasil. Para análise, foram segmentadas seqüências interacionais em que os participantes realizam práticas interacionais por meio das quais exibem uns aos outros o entendimento das ações que fazem como parte do trabalho de fazer ser membro na falaem- interação de entrevista de proficiência oral em português como língua adicional. A partir da visão etnometodológica da ação humana pelo uso da linguagem, a descrição realizada nesta pesquisa apontou para um entendimento de proficiência oral em língua adicional como a constituição do pertencimento por meio de um trabalho interacional intersubjetivo e contingente realizado pelo domínio da linguagem natural (Garfinkel, 1967; Garfinkel e Sacks, 1970). Para realizar o trabalho de fazer ser membro na falaem- interação de entrevista de proficiência oral, os participantes deste estudo exibem uns aos outros e, com isso, ao analista: 1) a produção intersubjetiva de contextos e de identidades institucionais; 2) a atribuição e a ratificação de categorias de pertencimento da coleção [ser daqui/deste país x ser de lá/de outro país] uns aos outros pela exibição do entendimento do interlocutor como representante da categoria de pertencimento a ele atribuída e, portanto, possuidor de conhecimento de senso comum para a produção de ações e descrições “visivelmente-racionais-e-observáveis-para-todos-os-efeitos práticos” (Garfinkel, 1967, p. vii) na constituição da organização da fala-em-interação; 3) a exibição da compreensão e da produção de práticas de categorização e descrição em língua portuguesa como preferíveis (Abeledo, 2008); e 4) a exibição da compreensão e da produção de práticas de categorização e descrição em língua espanhola como aceitáveis. A descrição do trabalho de fazer ser membro na fala-em-interação de entrevista de proficiência oral realizada neste estudo implica a redefinição do conceito de proficiência oral, a reconfiguração do conceito de confiabilidade e a elaboração de novos parâmetros na área de avaliação de língua adicional para que a avaliação de proficiência oral em língua adicional do Exame Celpe-Bras possa ser mais válida e confiável para o uso da linguagem para ação no mundo (Clark, 1996).