(Des) caminhos para pensar avaliação e inclusão escolar no projeto de enfrentamento à distorção idade série trajetórias criativas : o espaço do et cetera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Reis, Julia Milani
Orientador(a): Traversini, Clarice Salete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/189593
Resumo: Ao tomar como referência o projeto de enfrentamento à distorção idade-série nos Anos Finais do Ensino Fundamental Trajetórias Criativas, a presente dissertação se propõe a analisar os significados atribuídos por professores do referido Projeto, em uma Escola Estadual de Ensino Fun damental de Porto Alegre/RS, à avaliação escolar, buscando compreender como esses sujeitos narram as práticas avaliatívas que são colocadas em ação e como tais práticas se articulam à lógica da inclusão escolar. O corpus desta investigação foi formado a partir de dois procedimentos metodológicos: entrevistas e grupo focal. Desse modo, foram desenvolvidas entrevistas individuais com cada um dos professores que compõem o Projeto na referida escola - mais precisamente, cinco professores - e encontros de grupo focal com essa mesma equipe. Num movimento de pesquisar com a escola, o processo desta pesquisa se inscreve como um ato de não estar acima ou fora do objeto de pesquisa, mas sempre num caminhar cúmplice entre os participantes do estudo. A partir de um olhar histórico sobre os ditos em relação à avaliação escolar, constatou-se um deslocamento nos modos de pensar a avaliação nas últimas décadas, cuja centralidade, em tempos da inclusão como um imperativo, volta-se à manutenção do fluxo de escolarização. Utilizando os conceitos de poder , norma, bíopolítíca e in/exclusão, foi possível perceber que, no Trajetórias Criativas, são colocadas em ação práticas avalíativas que buscam desnaturalizar o fracasso escolar e posicionar o aluno como aprendente. Alinhand o-as, então, à ação biopolítica que prevê a diminuição do risco a partir da lógica discursiva da inclusão. Para que isso ocorra, constatou-se qu e os professores colocam em funcionamento a flexibilização da avaliação escolar a partir de técnicas de individualização e de diferenciação dos processos de aprendizagem dos alunos. Mais do que isso, percebeu-se também o esmaecimento disciplinar na avaliação como outra estratégia para manutenção do fluxo escolar. Tal processo ocorre por três vias complementares: 1) a flexibilização da seleção de conteúdos a partir do interesse e necessidade dos alunos; 2) a necessidade de assegurar "saberes básicos" de leitura, da escrita e da matemática e 3) a ascensão de questões comportamentais à avaliação escolar. Em síntese, as práticas avaliativas em questão, a partir da lógica discursiva da inclusão, operacionalizam táticas que convergem a um fim estratégico: a aproximação do aluno da curva de normalidade e a consequente manutenção deste no fluxo de escolarização.