Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Razera, Gisélle |
Orientador(a): |
Zilberman, Regina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/140378
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Resumo: |
Esta tese é resultado de um estudo sobre O Primo Basílio (1978) que estabelece a composição da personagem Basílio de Brito como centro da investigação. A leitura deste romance evidencia uma série de lacunas e, no intuito de preencher as mais ligadas a Basílio, buscou-se resgatar o panorama histórico de onde Eça de Queirós colheu informações para dar movimento à trama em que essa figura atua, efetuando-se, assim, uma engenharia reversa. É premissa deste trabalho que o romance queirosiano de adultério – sem negligenciar o estatuto ficcional – contém informações que comunicam fatos da história de Portugal e do Brasil, as quais estão acomodadas em camada subjacente do texto devido ao afastamento temporal da época em que foi escrito. O ponto de partida das pesquisas aqui apresentadas foi um dado do romance sobre o qual não foram encontrados estudos: Basílio acumulou fortuna no Brasil no mercado de ações ligado aos negócios da borracha do alto Paraguai. A partir dessa informação, foram investigadas as condições econômicas luso-brasileiras da segunda metade do Oitocentos, incluindo um estudo detalhado sobre a emigração portuguesa para o Brasil e também sobre o imaginário de Eldorado associado à antiga América Portuguesa. Objetivou-se discutir as escolhas autorais de Eça de Queirós que o levaram a atribuir caracteres a Basílio não usuais na representação de outros torna-viagem (“brasileiros”) da dramaturgia e da literatura produzida em Portugal no século XIX. Essa discussão evidenciou que Basílio foi criado segundo um modelo de representação francês, uma vez que a abordagem de Eça de Queirós situa os dilemas socioeconômicos portugueses em um contexto mais abrangente, não limitado à histórica inter-relação entre Portugal e Brasil. Além disso, apresenta uma chave de leitura distanciada daquelas que costumam enquadrar a atuação de Basílio apenas como o pivô da ruína de um matrimônio burguês. |