Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Santos, Rafael Bittencourt |
Orientador(a): |
Carvalho, Eros Moreira de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/217424
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Resumo: |
O presente estudo desenvolve uma interpretação da filosofia teórica de David Hume que relaciona a sua crítica ao entendimento à sua proposta de um novo fundamento para as ciências. A dificuldade está no primeiro livro do Tratado da Natureza Humana, que inicia com a promessa de um novo fundamento para as ciências e encerra com a aparente declaração do seu fracasso. Para resolvê-la, toma-se como objeto de análise, além do Tratado da Natureza Humana, os Diálogos sobre a Religião Natural. Nesta obra, a discussão entre as personagens a respeito da possibilidade de uma ciência teológica permite ver a filosofia teórica de Hume em sua relação com um caso concreto. A personagem cética precisa dar conta tanto da possibilidade das ciências como da impossibilidade de uma ciência teológica. Dos Diálogos, conclui-se que a filosofia de Hume compromete-se com a experiência como campo que possibilita o diálogo e como fonte de autoridade dos princípios. Assim, interdita-se um ceticismo que assuma o absurdo como sua razão de ser, isto é, cuja crítica ao entendimento esteja baseada no seu caráter pretensamente defeituoso. Também, retira-se do cético a possibilidade de uma postura neutra: ele deve prestar contas dos seus compromissos teóricos que levam à suspensão do juízo. Do Tratado, conclui-se que Hume preserva o status das ciências demonstrativas ao mesmo tempo que denuncia as expectativas inadequadas a seu respeito. Essas expectativas, de infabilibilidade e indubitabilidade, estão associadas às funções consideradas próprias da razão, de autojustificação e autonomia. O novo fundamento das ciências consiste em abandonar a autojustificação e a autonomia da razão, compreendendo o seu exercício em meio às limitações ditadas pela experiência, cujo funcionamento depende do costume. É uma posição que permite o desenvolvimento das filosofias natural e moral porque identifica uma natureza humana, cuja experiência é humana e cujos princípios gerais de funcionamento são humanos. Com isso, ainda que se perca a expectativa de uma ciência das coisas em si bem como de uma perspectiva final, preserva-se a compreensibilidade da cooperação e do entendimento entre os seres humanos. |