Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Evangelista, Antonia dos Reis Salutiano |
Orientador(a): |
Suertegaray, Dirce Maria Antunes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/235207
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Resumo: |
A desertificação, compreendida como o processo de degradação das terras áridas, semiáridas e subúmidas secas, constitui um problema presente em várias partes no mundo, sobretudo na zona Intertropical. No Brasil, está localizado no semiárido nordestino, devido às condições climáticas, associadas com o uso das terras. Para estudar essa problemática, a presente tese elegeu como objetivo geral analisar a suscetibilidade da Microbacia do Rio Baixão Veredinha, com o escopo de responder se existe relação com a dinâmica ambiental, que permita identificar essa área como em processo de desertificação. Assim, foram estabelecidas questões norteadoras relacionadas aos aspectos físicos, ao processo de ocupação e às suas implicações na paisagem e na estrutura fundiária. O recorte temporal foi estabelecido na periodização (1887 a 2016) que abrange três ciclos de ocupação da região de Irecê. A microbacia é formada pelo município de Irecê, além das porções dos municípios: João Dourado, Lapão, São Gabriel e Presidente Dutra. O método adotado foi a análise da paisagem, com base nos elementos: função, forma, estrutura e dinâmica. A aplicação do método possibilitou a identificação, a delimitação e a classificação das unidades de paisagem, e na elaboração da modelagem sobre a suscetibilidade da microbacia à desertificação. A metodologia utilizada foi pautada no uso das técnicas do geoprocessamento e do sensoriamento remoto, o que tornou possível a leitura da paisagem por meio de diversos produtos cartográficos. Foram analisados ainda indicadores de desertificação em diferentes categorias, como: os indicadores físicos, biológicos, socioeconômicos, entre outros. Dos resultados encontrados, podem-se destacar: a identificação dos compartimentos geomorfológicos e a identificação de 8 (oito) unidades de paisagem (UP) na microbacia. A partir dessas análises, concluiu-se que a maior parte da microbacia está com suscetibilidade média a alta para a desertificação, sobretudo nas áreas da depressão, ou seja, no platô. Isso ocorreu devido ao uso intenso de atividades agropecuárias ao longo dos ciclos de ocupação, em especial, no período de 1960 com a introdução do modelo produtivista pautado na mecanização da agricultura comercial, além das limitações climáticas, como as secas. Atualmente, a agricultura é mais diversificada e, desde 1980, o uso da irrigação vem se intensificando com a perfuração de poços tubulares. O processo de degradação ambiental, principalmente, o desmatamento do bioma caatinga foi financiado pelo próprio governo do Estado da Bahia, pois o incentivo à mecanização era realizado com base em diversos subsídios, como o aluguel de tratores a preços acessíveis, além da facilitação de linhas de crédito nos bancos oficiais para a aquisição de insumos agrícolas, dentre eles – os agrotóxicos. No entanto, esses benefícios foram drasticamente reduzidos na década de 1980, devido às perdas de safras, ocasionadas pelas secas severas que acometeram a região. Portanto, a forma intensiva de apropriação e de uso dos recursos naturais, associados com as limitações naturais causadas pelo clima semiárido, entre outros fatores contribuíram para o processo de degradação ambiental que de forma mais intensa está transformando lentamente a área que já foi considerada uma “ilha de umidade no sertão baiano” em um novo polo de desertificação. |