Motivações e restrições de naturezas tecnológica e organizacional para o desenvolvimento de agroindústrias de alimentos orgânicos no RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Paiva, Ana Raisa Nunes
Orientador(a): Revillion, Jean Philippe Palma
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/156622
Resumo: No Rio Grande do Sul, grande parte da produção de alimentos orgânicos é realizada por famílias de agricultores ecologistas. Para estes produtores, a agroindustrialização familiar baseada em princípios agroecológicos, além de gerar renda promove a melhoria da qualidade de vida e a recuperação e preservação dos hábitos culturais e do meio ambiente, tendo forte papel no panorama produtivo gaúcho. Apesar da tendência de crescimento do setor ser evidenciada em vários estudos nestes últimos anos, alguns fatores limitantes ao seu desenvolvimento se apresentam, com poucos dados literários contemplando as restrições de natureza tecnológica e de gestão desses sistemas produtivos no RS. Diversas publicações focam em apenas um produto ou cadeia, mas produtores orgânicos geralmente apostam em diversificação de culturas. Por isso, uma abordagem que considerasse diferentes cadeias produtivas, como a aqui proposta, é necessária. Este trabalho teve por objetivo identificar restrições de natureza tecnológica e gerencial das agroindústrias familiares processadoras de alimentos orgânicos no RS em quatro cadeias de alimentos de interesse: Mandioca, Uva, Laticínios, Uva e Cana-de-Açúcar. Também buscou-se identificar fatores motivantes para adoção de sistemas agroecológicos de produção de alimentos. O método utilizado foi estudo de caso e o instrumento de coleta de dados foi um questionário semiestruturado aplicado a produtores agroecológicos da Região Metropolitana de Porto Alegre e da Serra Gaúcha Os resultados indicam que as motivações para produção neste sistema variam, mas são todas voltadas para sustentabilidade no campo, seja no sentido ambiental, financeiro ou salutar. As motivações não mudam entre cadeias diferentes e não foi identificada correlação com o porte do empreendimento. Em todas as cadeias estudadas produtores apontam como restrição organizacional falta de tempo para se dedicar às tarefas da atividade e dificuldades na certificação. Há convergência de restrições tecnológicas apontadas, como inadequação de maquinário, pouca oferta de insumos e matérias-primas. Apenas produtores de laticínios apontaram dificuldades quanto à padronização da produção. As diferenças entre produtores cooperativados e aqueles em processo de organização de rede de produtores, sindicatos e associações foram salientes. A possibilidade de compartilhar os custos e riscos inerentes à agroindustrialização de alimentos orgânicos influi positivamente no desenvolvimento de todas as cadeias entrevistadas. Em conclusão, este trabalho deixa evidente que existem convergências quanto a motivações e restrições dentro das cadeias agroindustriais e as melhorias das condições das agroindústrias beneficiadoras de alimentos orgânicos apenas serão realidade mediante esforço conjunto entre os diversos atores das cadeias estudadas.