Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Schubert, Janete |
Orientador(a): |
Radomsky, Guilherme Francisco Waterloo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/217496
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Resumo: |
Esta pesquisa analisa as disputas entorno do projeto ambiental, conhecido como Iniciativa Yasuni-Ishipingo-Tambococha-Tiputini (Iniciativa Yasuni-ITT), apresentado na Organização das Nações Unidas (ONU) pelo presidente do Equador, no ano de 2007. O projeto presumia não explorar um grande depósito de petróleo bruto, localizado em uma zona de alta concentração de biodiversidade e de povos indígenas de recente contato e isolados (não contatados) na Região Amazônica Equatoriana (RAE), em troca de uma compensação monetária da comunidade internacional. O Equador não recebeu o retorno financeiro previsto, a Iniciativa Yasuní-ITT foi abandonada e a exploração de petróleo foi liberada, o que representou uma importante fratura nas políticas e ações que visam o Sumak Kawsay/Buen Vivir: cosmovisão dos povos indígenas Kichwas andinos, que foi incorporada na constituição de 2008 do Equador. Isso ocorreu porque, em parte destes campos, se situa a Reserva Étnica Waorani (REW) e a Zona Intangível dos povos Tagaeri-Taromenane (ZITT) indígenas que vivem em isolamento, reconhecidos como Patrimônio Cultural da Humanidade. Esta ação (de forma unilateral) do governo do Equador gerou muitas manifestações conformando-se num coletivo denominado Yasunidos congregando movimentos indígenas, ecologistas, feministas, ciclistas, yogues, animalistas, desta forma, a pauta de proteção ao Yasuní-ITT repercutiu internacionalmente. Além disto, importantes intelectuais de várias partes do mundo se mobilizaram, pedindo que o Yasuní não fosse explorado. O abandono da Iniciativa Yasuní-ITT, com a liberação de exploração de petróleo nestes campos, se tornou emblemático por vários motivos, sobretudo pela aposta que representava de um modelo futuro de desenvolvimento, voltado ao respeito da natureza (Mãe Terra) e às mudanças climáticas, à diversidade cultural e à satisfação das necessidades humanas. A partir da pesquisa de campo, realizada nas cidades de Quito, Puerto Francisco de Orellana (Região Amazônica) e, Otavalo, no Equador no ano de 2017, utilizando-me de diários de campo, entrevistas, análise documental, fotografias, discuto as diferentes lógicas em jogo nesta disputa, sustentadas que são por diferentes cosmovisões. A chave de leitura teórico-analítica agregou de um lado, a denominada colonialidade do poder, perspectiva que sustenta uma economia extrativista que pressiona alguns países ex-colônias da Europa, por matérias-primas, através da qual segue o saqueio de “bens” naturais. E por outro lado, as perspectivas que consideram as milenárias cosmovisões dos povos originários, o Sumak Kawsay/Buen Vivir, segundo as quais, a natureza não é um objeto externo, separado do humano, mas um ser que representa a Mãe Terra, com a qual, devemos estabelecer uma relação de complementariedade, de cuidado e de reciprocidade. |