A influência do treinamento muscular inspiratório na performance de nadadores de elite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Faria, Christiane Carvalho
Orientador(a): Polanczyk, Carisi Anne
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/104142
Resumo: Introdução: A respiração é um importante processo fisiológico, onde a musculatura inspiratória tem papel fundamental no desempenho de atletas nadadores. O aumento da resistência e força muscular inspiratória, adquiridos a partir do treinamento, tem sido associado a um melhor desempenho em diversas modalidades esportivas. Sendo assim, os objetivos deste estudo foram: descrever parâmetros de função pulmonar, teste de desempenho, espessura do diafragma e metaborreflexo muscular, suas correlações entre os nadadores de elite e suas especificidades nas modalidades de natação e analisar o efeito de um programa de doze semanas de treinamento muscular inspiratório(TMI), avaliando parâmetros de função pulmonar, espessura do diafragma e teste de desempenho em nadadores de elite. Desenho dos Estudos: Estudo transversal e quase experimento Métodos: 24 nadadores de elite, 16 homens e 8 mulheres, com idade (18±2 anos) entre velocistas, meio-fundistas e fundistas foram selecionados para mensuração de pressões inspiratórias, espessura de diafragma por ultrassonografia, testes de funções pulmonares, metaborreflexo inspiratório e número de respirações durante o teste. Os dados foram comparados entre os diferentes tipos de nadadores e suas diferentes provas natatórias. Para avaliar o efeito do Treinamento muscular inspiratório(TMI), foram recrutados 12 nadadores de elite. Os nadadores realizaram o TMI durante 12 semanas e foram repetidos os testes após TMI, a fim de averiguar as possíveis diminuição nos tempos nas provas de 50m e 200m, na espessura do diafragma e nos testes de função pulmonar. Resultados: O metaboreflexo muscular inspiratório não foi ativado durante 60% da pressão inspiratória máxima nos atletas. Os nadadores apresentaram força do volume expirado no 1s (VEF1s) e capacidade vital observada (CVF) superiores às estimativas de indivíduos não treinados; e as pressões respiratórias máximas (PI e PE) se correlacionaram com VEF1s e CVF destes atletas. Além disso, foi observado que, no teste de 50 metros, o menor número de respirações estava associado a uma maior pressão inspiratória, maior CVF e uma maior espessura diafragmática na posição deitada. Os velocistas apresentavam uma capacidade vital e a espessura do diafragma maior quando comparados a meio-fundistas e fundistas. Diferenças significativas foram observadas na avaliação após o TMI: aumento da capacidade funcional (p ≤0,005); aumento do VEF1s (p =0,019); e aumento do volume corrente (p ≤0,004). O TMI não alterou significativamente a espessura do diafragma. Também foi observada diminuição no número de respirações durante o teste de 50m após o TMI (p≤ 0,002). Já na avaliação do tempo de prova, não foram observadas diferenças após o treinamento. Conclusão: O TMI parece melhorar parâmetros de função pulmonar, o que foi evidenciado pelo menor número de respirações durante o teste de desempenho na prova de 50m de atletas submetidos ao TMI. A fadiga inspiratória (metaborreflexo inspiratório) não foi ativada durante 60% da carga da PIMáx dos nadadores. Nossos achados sugerem que o diafragma e os músculos inspiratórios acessórios podem ser relacionados com a melhora de desempenho de nadadores. Portanto, o treinamento muscular inspiratório poderia ser um recurso ergogênico útil a ser usado em modalidades esportivas, como parte importante a ser acrescentada no treinamento de atletas de elite em períodos pré-competitivos.