Desnaturar desmundos : a imagem e a tecnologia para além do exílio no humano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Costa, Luis Artur
Orientador(a): Fonseca, Tania Mara Galli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/55684
Resumo: O presente trabalho se debruça sobre a questão de como nossa sociedade ocidental, em suas centenas de anos de arte, filosofia e ciência, findou por construir imensos binarismos que dividiam duas maneiras do mundo operar: o natural e o artifício. A partir desta bipartição, nossa civilização elaborou uma longa e duradoura série de bifurcações: tecnologia e natureza, homem e natureza, cultura e natureza, entre muitos outros binarismos os quais se apóiam (completa ou parcialmente) na dualidade por nós inventada entre o artifício e a natureza. Para dar cabo dos binarismos, nos utilizamos da aqui denominada operação de desnaturação: transformando o conceito de natureza (em geral substancial ou formalmente identitário, ligado à noção de totalidade e até de obra divina) em algo fluido e paradoxal, diluiremos as oposições binárias do juízo em variações estilísticas ético-estéticas. Impedimos assim a estratégia cara ao juízo de polarizar pólos (substanciais ou formais) quando da discussão de um tema onde há um campo de tensões complexo: ensino a distância versus quadro negro e saliva, cidade versus campo, entre ilimitados outros. Ao impedir este estratagema de dividir para simplificar, julgar e excluir elementos da complexidade do mundo, somos então obrigados a problematizar de modo complexo e singular as tensões presentes nas relações da tecnologia com o mundo, pois apenas assim poderemos elaborar uma ética-estética que guie nossas composições estilísticas de nos relacionarmos com os chamados “objetos técnicos” (SIMONDON, 2007). Enfim, operamos aqui a problematização da natureza do conceito de natureza (sua ontologia), desnaturando-o (o maculando com paradoxos e devires) para erigir uma éticaestética dos nossos modos de relação-criação com as tecnologias e a produção de imagens segundo a perspectiva da lógica da diferença. Filosofia, literatura, ciências sociais e artes se encontram híbridas na produção de um novo corpo para o problema da natureza da imagem e da tecnologia que ultrapasse seu aprisionamento no desmundo humano, onde toda presença da técnica, tecnologia e imagem são sempre consideradas como ausência do mundo: a foto definida como ausência do referente, a pintura como ausência da paisagem, o robô tomado como ausência do corpo humano, a palavra como a ausência do objeto, a televisão como a ausência da praça, a Internet como a ausência da sala de aula. Para provocar esta fuga, nos utilizamos dos mais variados artifícios da criação escrita: filosóficos, científicos e literários. Com isso, retiramos a imagem e a tecnologia do exílio no humano e as colocamos de volta junto das coisas do mundo.