Racionalidades do consumo musical: práticas culturais juvenis na cena rap porto-alegrense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mazer, Dulce Helena
Orientador(a): Muller, Karla Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rap
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/173295
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo geral: investigar as racionalidades do consumo que atravessam as práticas juvenis de escuta e produção do rap na cena porto-alegrense entre as (novas) formas de circulação midiática da música. O problema de pesquisa se materializa na seguinte pergunta: diante do atual cenário de produção musical e formas emergentes de circulação midiática da música, quais são as práticas de produção e escuta do rap entre jovens porto-alegrenses? A investigação explora empiricamente uma cena musical e compreende as práticas juvenis para o consumo de rap em uma subcultura, o hip-hop. O campo de estudo é a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). Ela se organiza como um importante espaço de desenvolvimento cultural. A pesquisa identifica e descreve o público da cena, cujos interlocutores são majoritariamente jovens. Ela está vinculada aos Estudos Culturais, com base nos estudos latino-americanos de recepção e consumo cultural. A partir desse arcabouço, a abordagem teórica é desenvolvida a partir do viés sociocultural do consumo. Portanto, identificamos como as racionalidades do consumo cultural (GARCÍA CANCLINI, 1991a) estão imbricadas e se relacionam em uma proposta de análise das práticas culturais de escuta do rap. Como estratégias, realizamos um estudo de consumo cultural e midiático de rap com uso da etnografia e da cartografia, como métodos. O método cartográfico nos mostrou características culturais da cidade e nos ajudou a revelar a cena musical. A etnografia na internet complementou as ações na urbe, com observações diretas nas redes sociais, coletas de informações e levantamento de perfis dos colaboradores. Como resultado, oferecemos uma análise horizontal sobre o processo de consumo musical de rap na cultura hip-hop da região. Descrevemos e analisamos a cena musical, bem como a relação de pertencimento social e geográfico entre a juventude e a cidade. O trabalho, de natureza qualitativa, aponta como a lógica DIY (Do it yourself) está presente nas práticas juvenis para escuta e produção de rap na região. As expressões “cena rap metropolitana”, “cena rap porto-alegrense”, ou, simplesmente, “cena” são usadas como sinônimos para o âmbito das práticas estudadas na região. A partir da discussão sobre os conceitos de cultura, cultura urbana, cenas e estilos, destacamos as premissas para o estudo do consumo de música. Em resposta à fragmentação do construto, sistematizamos o conceito de consumo musical. O consumo midiático é uma especificidade do consumo cultural. A partir desse entendimento, propomos o consumo expandido como um processo que integra a produção cultural, um avanço na relação sistêmica entre a produção e o consumo e para as práticas que envolvem estes dois âmbitos para o consumo de música.