Monitoramento das cargas externas e internas e suas relações com variáveis fisiológicas e psicofisiológicas em atletas de voleibol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cardoso, Ananda Silveira
Orientador(a): Kruel, Luiz Fernando Martins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257046
Resumo: O esporte de alto rendimento exige dos atletas um aumento constante de desempenho, necessitando o monitoramento das cargas internas e externas e suas respostas fisiológicas e psicofisiológicas para que se possa prescrever de formas mais precisa e individual. Desta forma, esta Tese teve como objetivo entender como as cargas de treino e seus índices de monotonia e carga total (Strain), o desempenho de saltos e diferentes dias de recuperação influenciam as variáveis fisiológicas da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), concentração salivar de testosterona, cortisol e relação testosterona/cortisol e variáveis psicofisiológica através da percepção de recuperação e percepção de esforço, durante o terceiro microciclo da fase preparatória (6 a e 7a semana) da Seleção Brasileira Sub-19 de Voleibol masculina. A amostra foi composta por 17 atletas convocados para Seleção Brasileira Sub-19 de voleibol. A percepção de esforço foi coletada no final de todos os treinos da manhã e da tarde para cálculo das cargas de treino diária através do método da percepção de esforço da sessão. Os valores de carga de treino diária (CTd) foram utilizados para os cálculos de carga de treino semanal, monotonia e carga total (Strain). O desempenho de saltos foi monitorado em todos os treinos técnicos e táticos e avaliados através do número de saltos realizados, altura de saltos e média dos saltos mais altos. As coletas de amostra salivar para análise das concentrações de testosterona e cortisol e a VFC foram realizadas na manhã do primeiro treino (M1), no início do último treino na primeira semana (M2), após 1 dia de recuperação, na manhã do primeiro treino da semana 2 (M3) e na manhã do último treino da semana 2 (M4), após 3 dias de recuperação, segunda-feira pela manhã de apresentação dos atletas para a quarta microciclo (M5). A percepção de recuperação foi coletada todas as manhãs, antes dos treinos nas semanas avaliadas e no retorno aos treinos da semana seguinte ao período de 3 dias de recuperação. Para análise estatística foi utilizada a equação de estimativas generalizadas com teste complementar de mínima diferença significativa (LSD) para as análises dos diferentes momentos das concentrações de cortisol, testosterona, relação testosterona/cortisol e para os índices da VFC. Para comparação entre as semanas 1 e semana 2 do desempenho de saltos, carga de treino, monotonia e carga total (Strain), percepção de recuperação e percepção de esforço foi utilizado o teste t pareado ou teste de Wilcoxon. Foram utilizados o teste de Correlação Linear Produto Momento de Pearson e/ou teste de correlação de Spearman para análise de correlação entre as variáveis. O tamanho de efeito foi analisado através do coeficiente d’ de Cohen, e o índice de significância adotado foi de α = 0,05. As cargas de treino não apresentaram diferenças significativas entre as duas semanas e os índices de monotonia e carga total (Strain) apresentaram maiores médias na semana 1 em relação a semana 2, com valores dentro do ideal nas duas semanas. O desempenho de saltos foi semelhante para o número de saltos total das semanas, mas o número de saltos por sessão de treino foi maior na semana 2. A média dos saltos mais altos nas duas semanas não teve diferença estatística, enquanto a altura de salto apresentou maiores médias na semana 1. Este comportamento das cargas de treino e do desempenho de saltos não resultou em diferenças significativas para os índices da VFC, nos 5 momentos avaliados, mas as concentrações salivares de cortisol apresentaram alterações entre os 5 momentos avaliados, assim como as concentrações de testosterona e relação testosterona/cortisol. A percepção de recuperação e a percepção de esforço das semanas não apresentaram diferenças significativas e a percepção de recuperação foi igual entre a segunda-feira após 1 e 3 dias de recuperação. Encontramos uma forte correlação negativa entre a relação testosterona/cortisol (M4) com o número de saltos total (r = -0,72) e número de saltos por sessão (r= -0,72), enquanto as demais correlações foram insignificantes. Desta forma concluímos que os dias de recuperação parecem interferir no comportamento das concentrações de cortisol e testosterona, onde o intervalo de 1 dia de recuperação não gerou redução em suas concentrações, e o intervalo de 3 dias de recuperação mostrou ser tempo suficiente para reduzir as concentrações para valores iniciais do microciclo, já para a testosterona, 1 ou 3 dias de recuperação fizeram seus índices se manterem elevados, e com concentrações maiores ao final do microciclo avaliado , quando comparados ao início, e a relação testosterona/cortisol aumentou somente após os 3 dias de recuperação. Para os índices da VFC e percepção de recuperação (PR) os diferentes períodos de recuperação, mostrou não ter influência.