Pressão expiratória positiva com coluna d’ água versus Pressão Expiratória Positiva nas Vias Aéreas (EPAP) em pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca em unidade de terapia intensiva : ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pieczkoski, Suzimara Monteiro
Orientador(a): Sbruzzi, Graciele
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/203875
Resumo: Introdução: A cirurgia cardíaca pode provocar alterações pós-operatórias como redução de volumes e fluxos pulmonares, redução da força muscular respiratória e aumento na taxa de complicações pulmonares. O uso da pressão expiratória positiva pode reduzir estas alterações. Objetivo: Avaliar a eficácia do uso da pressão expiratória positiva (PEP) em coluna d’água comparada à pressão expiratória positiva nas vias aéreas (EPAP), ambas associadas a fisioterapia convencional (FC), e à FC na função pulmonar de pacientes em pós-operatório (PO) de cirurgia cardíaca. Métodos: Ensaio clínico randomizado. Foram incluídos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca eletiva (revascularização do miocárdio - CRM e/ou troca de válvulas aórtica, mitral e tricúspide), randomizados em três grupos: FC somente (G1), PEP em coluna d’água associada a FC (G2) e EPAP com válvula unidirecional associada a FC (G3). O G2 utilizou uma coluna d’água com 10cm de altura, confeccionada de acordo com protocolo padrão e o G3 utilizou válvula unidirecional com pressão ajustada a 10cmH2O acoplada a uma máscara. Ambos os grupos realizaram três séries de 10 repetições em cada sessão para cada técnica sorteada. A FC foi realizada em todos os grupos e consistia em exercícios motores ativos-assistidos, ativos, alongamentos e deambulação, e exercícios ventilatórios para expansão pulmonar e higiene brônquica. Todos os grupos receberam as intervenções duas vezes ao dia (de segunda a sexta-feira) e uma vez ao dia no final de semana, nos três primeiros dias de PO. A função pulmonar (espirometria) e a força muscular respiratória (manovacuometria) foram avaliadas no pré-operatório e no 3° PO, as alterações radiológicas foram avaliadas no pré-operatório, PO imediato (POi) e 3° PO (radiografia de tórax), as complicações pulmonares foram avaliadas no 3° PO, e os tempos de internação (da Unidade de Terapia Intensiva – UTI - e hospitalar) foram registrados até a alta. Resultados: Foram incluídos 48 pacientes, 16 em cada grupo. A maioria dos indivíduos eram homens, com idade média de 64,5±9,1 anos. Todos os pacientes realizaram esternotomia mediana e as principais cirurgias foram CRM e troca de válvula aórtica. Não houve diferença entre os grupos em relação ao tempo de cirurgia, de circulação extracorpórea, de isquemia e de ventilação mecânica no PO. Quanto a função pulmonar (capacidade vital forçada e volume expiratório forçado no primeiro segundo) e a força muscular respiratória (pressão inspiratória máxima e pressão expiratória máxima), todas variáveis apresentaram redução significativa do pré para o 3°PO em todos os grupos (p<0,001), sem diferença entre os mesmos. Quanto as alterações radiológicas do tórax (edema pulmonar) houve aumento significativo em todos os grupos do pré-operatório para o POi e para o 3° PO (p<0,001), sem diferença entre os grupos. E quanto ao tempo de internação na UTI e de internação hospitalar não houve diferença significativa entre os grupos (p>0,05). Conclusão: Após a cirurgia cardíaca os valores da função pulmonar e da força muscular respiratória estão reduzidos em relação aos do pré-operatório. Não houve diferença entre o uso da PEP em coluna d’água comparada à EPAP, ambas associadas à FC, e à FC no 3° PO de cirurgia cardíaca, em relação a função pulmonar, força muscular respiratória, complicações pulmonares, presença de alterações radiológicas, tempo de internação na UTI e de internação hospitalar. Dessa forma, o uso da PEP não trouxe efeitos adicionais a FC.