Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Silva, Thais Coelho da |
Orientador(a): |
Garbin, Elisabete Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/15510
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Resumo: |
Esta Dissertação está ancorada no campo dos Estudos Culturais e tem como objetivo investigar e mostrar práticas culturais que funcionam entre um grupo de jovens homoafetivos – que trocam afetos com pessoas de mesmo sexo – num espaço urbano de Porto Alegre – RS. Analiso os modos através dos quais tal grupo vem lugarizando o espaço e como tais práticas atuam como possibilidade de resistência em sua constituição identitária. Os jovens se referem a este lugar como point, um ponto de encontro, onde se reúnem, conversam, namoram, ‘desfilam’ efusivamente, onde podem – e fazem questão de – ver e serem vistos, sugerindo um modo singular de ser jovem, que não somente transita por um espaço, mas ocupa, trans-figura e, muitas vezes, incomoda. O grupo é composto, predominantemente, por jovens da periferia urbana de Porto Alegre, que se encontra nos finais de tarde de domingo, nos arredores do Shopping Nova Olaria, no bairro Cidade Baixa. A entrada e freqüência de tais jovens nas dependências do Shopping vêm sendo barradas, justificadas pelo não consumo e comportamentos considerados inadequados, levando-os, então, a ocuparem a rua, marcando-a fortemente com performances homoafetivas, utilizando-se das paredes das casas, dos carros estacionados, do ponto de ônibus, do meio-fio das calçadas. Ficam expostos sob as luzes dos postes públicos, dos faróis dos carros, alvo de olhares passantes: palco perfeito para uma juventude trans-viada. No estudo, trato tais jovens sem a idéia de uma cultura juvenil universal e homogênea, mas, sim, juventudes plurais, fluidas e transitórias que, ao expressarem publicamente seus homoafetos, acabam trans-viando, de várias formas, as configurações espaciais, criando um novo lugar. As análises – compostas por observações, diários de campo, fotografias, imagens, sons, músicas, vestimentas, adereços, conversas, documentos, materiais impressos diversos – indicam que tais jovens utilizam-se de performances homoafetivas lugarizantes para demarcar um território, como forma de resistência à ordem heteronormativa e de consumo instituída. Forma-se uma comunidade de resistência a tal ordem, um grupo específico de jovens que adota e compartilha práticas, não necessariamente criando um novo modelo de juventude, mas, outras formas de fazer e viver no espaço instituído, para produzirem outros caminhos. |