Frequência de eventos adversos gastroenterológicos em pacientes com terapia nutricional enteral no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Catafesta, Jociane
Orientador(a): Francisconi, Carlos Fernando de Magalhães
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/61267
Resumo: Introdução: A Nutrição Enteral (NE) é considerada uma ferramenta importante no tratamento de pacientes hospitalizados, contribuindo de maneira eficaz a reduzir a morbimortalidade dos mesmos. Sua tolerância pode estar limitada em função das complicações gastrointestinais e os possíveis fatores associados a estas complicações. Objetivo: Verificar a incidência e os possíveis fatores associados às complicações gastrointestinais e evidência clínica de aspiração pulmonar em pacientes em uso de nutrição enteral. Metodologia: estudo de coorte prospectivo e observacional; foram avaliados aleatoriamente os prontuários de 95 pacientes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre que necessitassem de NE, até a interrupção da dieta, alta hospitalar, óbito ou início de dieta via oral ou parenteral. Instrumento de coleta de dados registrou além dos dados demográficos dos pacientes, os fármacos infundidos, fórmula enteral administrada (constituição e prescrição de administração), doença(s) de base dos pacientes e presença de manifestações digestivas (náusea/vômito, diarreia, constipação, distensão abdominal e aspiração pulmonar na dependência de refluxo gastroesofágico) registrados pela equipe de saúde (médicos e enfermeiras). Três gastroenterologistas experientes, de maneira independente, avaliaram a possível associação das manifestações digestivas com os fármacos infundidos, a classificando como definida, provável, possível e duvidosa. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, com isenção de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por se tratar de um estudo observacional. Resultados: A média de idade foi de 65 ± 17 (24 – 95) anos, e 90 (94,7%) deles apresentaram alguns dos eventos adversos. A frequência das complicações encontradas foi constipação 70,5%, diarreia 38,9%, distensão abdominal 18,9%, náusea 17,9%, vômito 16,8% e aspiração pulmonar 1,1%. A técnica de administração da dieta foi contínua em 77,9% dos pacientes, com osmolalidade média de 385 ± 47 mOsm/l. A mediana de tempo de uso da dieta foi de 26 (15-45) dias. Pacientes com doenças neurológicas (50,5%) e doenças neoplásicas (25,3%) foram as situações clínicas em que a NE foi mais indicada. As medicações em uso pelos pacientes mostraram relação positiva de 63,2 a 86,7% com as complicações gastrintestinais analisadas. Conclusões: Complicações gastrointestinais são eventos comumente relatados em nutrição enteral. Um número significativo destas complicações gastrointestinais está vinculado aos medicamentos administrados e pelas doenças de base dos pacientes. Estes dados sugerem que a equipe de saúde avalie a possibilidade dos sinais e sintomas digestivos estarem relacionados com os fármacos infundidos e aos seus fatores de risco clínico antes que se modifique a formulação da NE, quando surgirem sintomas gastrointestinais nos pacientes em vigência de NE