Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Halpern, Silvia Chwartzmann |
Orientador(a): |
Diemen, Lisia von |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/172120
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Resumo: |
Introdução: O abuso de substâncias psicoativas vem se tornando um problema de proporções epidêmicas, que envolve todos os segmentos da sociedade. A literatura tem demonstrado o importante papel dos diferentes níveis do ambiente no desenvolvimento dos Transtornos por Uso de Substâncias (TUS). Dentre estas substâncias, o crack, por suas propriedades químicas e características de uso, coloca os usuários em situação de risco à saúde física e emocional, além de extrema vulnerabilidade social. A gravidade de uso e a baixa adesão aos tratamentos frequentemente dificulta ações terapêuticas e impõem grandes desafios aos profissionais, pesquisadores e gestores de políticas públicas. Este estudo teve por objetivo avaliar a gravidade de uso de substâncias psicoativas, situações de violência, saúde física e emocional de usuários de crack em relação ao status de moradia, bem como analisar marcadores ambientais que interferem na adesão ao tratamento. Além disso, também observar a possível associação de exposição à violência na infância e o desenvolvimento de TUS na vida adulta. Acredita-se que investigações baseadas em evidências podem auxiliar para o desenvolvimento de estratégias de intervenção efetivas para o abuso de crack, visando à integralidade da assistência. Nesse sentido, os dados desta tese derivam de dois artigos e dos resultados preliminares de um terceiro artigo. Objetivo: Avaliar marcadores ambientais que interferem na gravidade de uso de crack e na adesão ao tratamento. Além disso, avaliar a possível associação de exposição à violência na infância e o desenvolvimento de TUS na vida adulta. Método: Artigo 1. Estudo multicêntrico em seis capitais brasileiras, com 564 usuários de crack em tratamento em CAPSad, categorizada em dois grupos: (1) usuários que estiveram em situação de rua (n=266) e (2) usuários que nunca estiveram em situação de rua (n= 298). Para avaliar a gravidade do uso de substâncias e as características dos indivíduos, utilizou-se o Addiction Severity Index (Sexta versão - ASI-6). Artigo 2. Revisão sistemática de estudos longitudinais nas bases de dados PubMed, EMBASE e PsycINFO. Foram realizadas meta-análises para cada tipo de maus tratos (físico, sexual e negligência), a fim de estimar a razão de chance (odds-ratio - OR) para a incidência de TUS, e meta-regressão para explorar potenciais moderadores. Artigo 3. Testar, através de ML, um modelo preditivo de adesão ao tratamento utilizando indicadores sociais. Resultados: Artigo 1. O grupo dos usuários que estiveram em situação de rua em algum momento da vida demonstrou piores indicadores em relação às subescalas álcool, problemas médicos, psiquiátricos, trabalho e suporte familiar, além de maior envolvimento com problemas legais, violência, abuso sexual, risco de suicídio e problemas de saúde - como HIV/AIDS, hepatite e tuberculose, além de possuírem menos renda para pagar necessidades básicas. Após análises multivariadas ajustadas para possíveis confundidores, algumas variáveis, como não possuir renda suficiente para pagar necessidades básicas, apresentar sintomas depressivos e ter sido preso por roubo, permaneceram significativas. Artigo 2. Ao final, foram selecionados 10 estudos. Indivíduos com história de abuso físico durante a infância apresentaram um risco aumentado de abuso de drogas em 61% (OR = 1,61 95% IC 1,28 - 2,03). O risco de abuso de drogas também foi 73% maior em indivíduos com história de abuso sexual durante a infância (OR = 1,73, IC 95% = 1,24 - 2,41). A negligência física não foi associada ao aumento do risco de abuso de drogas (p = 0,24). Uma meta-regressão encontrou que o gênero teve um efeito moderador, estando as mulheres em maior risco de TUS em comparação aos homens. Artigo 3. Um total de 347 sujeitos com transtorno por uso de crack foi incluído no presente estudo. Do total de 59 variáveis pré-selecionadas do instrumento ASI-6, com base na literatura para a aplicação do modelo de ML, resultou em 14 variáveis. Os dois algoritmos utilizados conseguiram distinguir os sujeitos que aderiram e não aderiram ao tratamento (Modelo Random Forest com Downsampling e com Upsampling) com valores da curva ROC variando de 0,678 a 0,688. Conclusões: Dentro desta perspectiva, levanta-se a hipótese de que vulnerabilidade social, história de experiências traumáticas e violência são aspectos comumente presentes em usuários de crack, estando associados à gravidade de uso de substâncias e à adesão aos tratamentos. A compreensão sobre a interação destes fatores será de extrema relevância para o delineamento de intervenções específicas em todos os seus níveis de complexidade. |