Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Chinazzo, Ítala Raymundo |
Orientador(a): |
Lobato, Maria Inês Rodrigues |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/258588
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Resumo: |
O termo transgênero é utilizado para descrever indivíduos cuja identidade de gênero é incongruente ao sexo reconhecido no seu nascimento. Como é um conceito considerado guarda-chuva, engloba diferentes identidades de gênero, incluindo as binárias e as não binárias. Os jovens transgênero apresentam altas prevalências em desfechos de saúde mental quando comparados com seus pares cisgêneros (aqueles que se identificam com gênero congruente ao sexo reconhecido no seu nascimento). A Teoria do Estresse de Minoria ajuda a compreender essas disparidades de saúde mental em indivíduos transgêneros, a partir da relação entre o preconceito vivenciado por essa população e os estresses de minoria. Por outro lado, a teoria destaca como fatores protetivos o apoio social, o apoio à identidade de gênero e a resiliência individual e grupal. Entendendo o contexto exposto, e considerando a ausência de estudos brasileiros com jovens transgênero, a presente pesquisa teve como objetivo identificar desfechos em saúde mental (qualidade de vida, ideação suicida e tentativa de suicídio) e fatores associados de proteção e de risco para esses indivíduos. Os participantes foram jovens brasileiros de 16 a 25 anos de idade que se identificam como transgêneros binários ou não binários, recrutados por meio de um questionário on-line. Após exclusão de respostas incompletas, o primeiro estudo contou com 185 participantes, e o segundo com 213. Identificou-se alta prevalência de sintomas depressivos, sintomas de ansiedade, ideação suicida e tentativa de suicídio. Quanto à qualidade de vida, houve diferença entre as estratégias de coping utilizadas para o estresse geral da vida (p<0,05) e o estresse relacionado ao gênero (p<0,05). Destacase a associação negativa entre estratégias de coping de fuga e qualidade de vida (PR=1,04; p=0,05). Quanto à ideação suicida, os fatores associados foram a discriminação (PR=1,09; p=0,02) e o desconforto de gênero (PR=1,27; p=0,01); à tentativa de suicídio, a variável discriminação (PR=1,17; p= 0,05) associou-se; curiosamente, fatores como apoio social e apoio à identidade de gênero não foram correlacionados aos desfechos no modelo final. Conclui-se a necessidade de aprofundar as pesquisas acerca da saúde mental de jovens transgênero e relações interpessoais de apoio efetivas para amenizar o impacto dos estressores sociais e preconceito. Reforçamos a importância de ações sociais para redução da transfobia nos espaços frequentados por jovens transgêneros brasileiros, como família, escola e trabalho. |