Representações de professores e de alunos sobre a Provinha Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Melo, Camila Alves de
Orientador(a): Traversini, Clarice Salete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/149087
Resumo: Esta dissertação tem como problema de pesquisa: quais são as representações de professores e de alunos sobre a Provinha Brasil? Objetiva: (1) identificar e problematizar as representações – significados, modos de operacionalização e usos – sobre a Provinha Brasil a partir das falas de professores de três turmas de 2º ano do Ensino Fundamental e (2) inventariar e analisar o que representa ser avaliado pela Provinha Brasil na perspectiva dos alunos. A Provinha Brasil é uma avaliação em larga escala com função diagnóstica, aplicada no início e no final do 2º ano do Ensino Fundamental, visando aferir os progressos no rendimento dos alunos (em leitura e matemática) e dar subsídio ao planejamento dos professores. A pesquisa foi realizada em três escolas públicas de âmbito federal, estadual e municipal. Se enquadra em uma abordagem de pesquisa qualitativa, utilizando as seguintes ferramentas metodológicas: entrevista semiestruturada, observação e “aula-conversa”, esta última ferramenta criada para produção dos dados junto aos alunos. Os conceitos-ferramentas utilizados na investigação foram: Representação cultural (HALL, 1997) e Governamento (FOUCAULT, 1982). As análises mostraram que: os significados que as professoras atribuem à Provinha Brasil envolvem enxergá-la como um parâmetro, a partir da legitimação dos conhecimentos e habilidades abordados pelo exame, por serem similares aos que trabalham em suas salas de aula, mas que não têm fortes impactos nas suas práticas, sendo um reforço ao que elas já vinham observando sobre seus alunos. Os modos de operacionalização mostram que as professoras tentam tornar o momento de aplicação tranquilo, para que os alunos consigam fazer a prova e para que esse jeito de conduzir o processo, motivando os alunos, tenha impacto nos desempenhos. As professoras se põem contrárias a focar suas aulas na preparação dos alunos para “irem bem” na avaliação, mas os preparam, fazendo questões de múltipla escolha esporadicamente, para dar conta dos rituais de exame. Quanto aos usos, as professoras tentam “fazer desse limão uma limonada”, usando a Provinha Brasil dentro de sua potência, que é dar uma visão geral do desempenho da turma. Elas também apontam que interpretam os resultados, às vezes categorizando os alunos nos níveis que a avaliação propõe, e pensam ações para dar conta das aprendizagens não consolidadas pelos alunos. Os alunos representaram a avaliação como uma novidade bem aceita e trouxeram à tona significações partilhadas culturalmente sobre “prova”. Mesmo em menor número, alguns alunos também representaram a avaliação como um lugar de desconforto, a partir da insegurança, do nervosismo e das dúvidas, fruto de uma relação recém iniciada com o instrumento “prova”. Também relacionaram a avaliação à autorresponsabilização, trazendo outro significado partilhado culturalmente, uma vez que produzem uma ligação entre desempenho e futuro.