Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Lemos, Joana Raquel Nunes |
Orientador(a): |
Canani, Luis Henrique Santos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/205934
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Resumo: |
O diabetes mellitus pós-transplante (DMPT) é uma complicação metabólica comum nos pacientes após o transplante renal. Possui fatores de risco heterogêneos, sendo alguns deles específicos do período pós-transplante relacionados ao uso de imunossupressores, e outros similares aos observados no diabetes mellitus tipo 2 (DM2), como síndrome metabólica, obesidade e idade avançada. O caráter inflamatório desta complicação metabólica vem sendo descrito e associado a uma maior ocorrência de morbimortalidade nesta população. O tecido adiposo desempenha papel fundamental na fisiopatogênese da inflamação sistêmica subclínica, secretando proteínas com atividades inflamatórias e anti-inflamatórias. Omentina-1 é uma adipocina anti-inflamatória associada a parâmetros metabólicos, incluindo resistência periférica à ação da insulina e obesidade. Neste sentido desenvolvemos este estudo, com o objetivo de: 1) avaliar a associação dos níveis plasmáticos de omentina-1 com DMPT e; 2) avaliar a associação de um polimorfismo no gene da omentina-1 com DMPT. No nosso primeiro estudo, alocamos pacientes provenientes de uma coorte de pacientes transplantados renais da região sul do Brasil, para um estudo de caso-controle (54 casos e 53 controles). Os pacientes foram selecionados pelas variáveis idade, sexo, tempo de transplante, índice de massa corporal (IMC) e taxa de filtração glomerular. Como principal resultado, observamos que os níveis plasmáticos de omentina-1 foram significativamente reduzidos no grupo DMPT (3.83 [1.67– 6.52] ng/mL) comparado ao grupo controle (5.62 [2.70 – 9.47] ng/mL, p = 0.036). Avaliando o valor incremental de omentina-1 para predição de risco de DMPT, verificamos que para cada 1ng/mL de aumento nos níveis plasmáticos de omentina-1, as chances de desenvolver DMPT reduziram em 8% (OR=0.92 [0.854 – 0.997], p=0.041). No segundo estudo, avaliamos a associação do polimorfismo rs2274907 no gene da omentina-1 em pacientes com DMPT e sem DMPT, num desenho de caso-controle aninhado a uma coorte retrospectiva (105 casos e 211 controles). Verificamos que o alelo A foi associado com risco para DMPT nos modelos de herança recessivo e aditivo (ambos p < 0,0001) na população estudada. Após ajuste para idade, etnia, tipo de doador e IMC pré-transplante, o genótipo A/A permaneceu associado ao risco nestes mesmos modelos (recessivo: OR = 3.711, 95% CI 1.659 – 8.302; aditivo: OR = 4.799, 95% CI 1.896 – 12.143; p=0,001). 9 Este projeto é o primeiro, de nosso conhecimento, a avaliar a associação da omentina-1 com DMPT. Nossos resultados apontam para um significativo papel protetor da omentina-1 no risco de desenvolvimento de DMPT. Mais estudos são necessários para confirmar esse achado. Contudo, acreditamos que nossos resultados possam contribuir para um melhor entendimento da fisiopatologia do DMPT bem como instigar a realização de estudos objetivando estratégias terapêuticas que possam prevenir ou reduzir a ocorrência desta complicação. |