Avaliação do impacto de uma estratégia de manejo do excesso de peso infanto-juvenil em um hospital público de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Lisete Griebeler
Orientador(a): Mello, Elza Daniel de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/179014
Resumo: A obesidade infanto-juvenil é um dos maiores desafios de saúde pública do século 21. A criança com obesidade tem maior risco de permanecer nesta condição quando adulta se comparada à criança eutrófica e o tempo de duração da obesidade está diretamente relacionado à morbimortalidade por doenças cardiovasculares. O manejo da obesidade é difícil em qualquer época da vida, mas especialmente na fase infanto-juvenil. Por esta razão, é necessário validar com urgência novas estratégias que possam proporcionar resultados positivos no tratamento da obesidade nesta faixa etária. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto de uma estratégia de manejo do excesso de peso implementada no ambulatório de obesidade infanto-juvenil de um hospital público de Porto Alegre em um ano de acompanhamento. Foi realizada uma análise retrospectiva de uma coorte a partir de fichas preenchidas por ocasião do atendimento de 206 crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, acompanhadas entre 2010 e 2014. A estratégia empregada era baseada em estímulo às mudanças de hábito de vida, com orientações visando a redução do tempo de atividade sedentária, através do incentivo à realização de atividades físicas (brincadeiras, jogos, atividades domésticas, deslocamentos e, se possível, atividades orientadas e sistemáticas) e orientações nutricionais tais como aumento da ingestão de água, redução de refrigerantes, doces e frituras, atenção ao tipo e tamanho das porções de alimentos e aos horários, frequência e local das refeições. Foram avaliados parâmetros antropométricos e bioquímicos, no início, aos 6 e aos 12 meses de acompanhamento. Em um ano, houve redução significativa do índice de massa corporal (IMC), do escore z do IMC / idade, do percentual de indivíduos com escore z de IMC / idade ≥ +2, da circunferência da cintura (CC), do percentual de indivíduos com CC > p90 e da razão cintura quadril (p < 0,001). Entre os parâmetros bioquímicos analisados, a lipoproteína de alta densidade mostrou alteração positiva significativa (p = 0,035). Conclui-se que esta estratégia de manejo do excesso de peso infanto-juvenil possibilitou redução significativa dos níveis de obesidade, embora os parâmetros bioquímicos não tenham sido reduzidos na mesma proporção. Acredita-se que com maior tempo de acompanhamento os resultados seriam melhores. Estes resultados confirmam que estratégias com este perfil, baseadas em aconselhamento, que visam mudanças de comportamento em relação à alimentação e atividade física, são positivas e devem ser utilizadas de forma sistemática para combater a atual epidemia de obesidade.