Avaliação da ocorrência de resíduos de antibióticos em leite cru produzido em propriedades rurais no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Galvani, Juliane Webster de Carvalho
Orientador(a): Brandelli, Adriano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/183897
Resumo: O leite é um alimento muito importante na alimentação humana, mas, quando contaminado com resíduos de antibióticos, pode ser considerado adulterado e constituir risco à saúde pública. Desta forma, é importante que este alimento apresente condições sanitárias adequadas e risco à saúde minimizado ou inexistente. O presente estudo teve como objetivos identificar os resíduos de antibióticos comumente encontrados em leite cru produzido em propriedades rurais no Rio Grande do Sul (RS), avaliar a presença de resíduos de antibióticos nas amostras analisadas quanto ao limite máximo de resíduos (LMR) descrito no Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), averiguar o conhecimento dos responsáveis pela ordenha do leite quanto aos medicamentos utilizados em seu rebanho, bem como, identificar os resíduos de antibióticos comumente avaliados, na rotina, e a motivação para a escolha destes, em plataformas de recebimento de leite cru em estabelecimentos industriais, inspecionados pelo serviço oficial do RS. Para tanto, foram realizados dois estudos exploratório-descritivos. No primeiro, em 2013, foi realizada coleta de dados a campo, mediante aplicação de questionário referente à administração de medicamentos veterinários, bem como, da análise, no Laboratório Nacional Agropecuário, de 388 amostras de leite cru, oriundas de propriedades rurais distribuídas no Estado. No segundo estudo, que ocorreu de 2014 a 2015, foi aplicado questionário referente aos testes de detecção de resíduos de antibióticos em 36 estabelecimentos industriais, sob inspeção estadual. Os resultados do primeiro estudo demonstraram que 96 (24,7%) amostras apresentaram algum resíduo de antibiótico dos 45 analitos pesquisados. Destas, 91 (23,5%) estavam conformes, segundo a legislação vigente e, apenas, 5 (1,3%) foram suspeitas de violação do LMR descrito no PNCRC. Dos resíduos de antibióticos identificados, os da classe dos macrolídeos (n=51; 13,1%), seguidos das quinolonas (n=49; 12,6%) e das tetraciclinas (n=18; 4,6%) foram os comumente encontrados em leite cru produzido no RS. Quanto ao conhecimento dos responsáveis pela ordenha, infere-se que 22,6% não registraram ou controlaram a administração de medicamentos ao rebanho leiteiro, embora, 87,4% (n=339) tenha assegurado descartar o leite durante o período residual. Ainda, apenas 3,4% (n=13) dos entrevistados consideraram a bula do medicamento ou a orientação de veterinário (n=12; 3,1%), para o descarte do leite, guiando-se, principalmente, pela indicação da cooperativa a qual estiverem associados (55,9%; n=217). No segundo estudo, dos 36 estabelecimentos participantes, 83% foram classificados como fábrica de laticínios, sendo os antibióticos dos grupos dos betalactâmicos (100%) e das tetraciclinas (69%) os comumente pesquisados. Quanto à escolha do teste para a pesquisa de resíduos de antibióticos, esta foi influenciada pela praticidade e rapidez na execução do mesmo (67%) e não no conhecimento, especificamente, dos antibióticos utilizados pelos fornecedores de leite à indústria (22%). Conclui-se que o leite consumido no RS, quanto à presença de resíduos de antibióticos, no período da coleta, apresentou resultados compatíveis com aqueles identificados no PNCRC, oferecendo baixo risco à saúde pública. Mesmo assim, esforços devem ser direcionados quanto à melhoria das boas práticas agropecuárias nas propriedades rurais e às empresas quanto aos critérios de escolha dos testes de detecção de resíduos de antibióticos.