Educação do campo no portal da Amazônia : entrelaçamentos ético-político-estéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Boff, Leonir Amantino
Orientador(a): Dorneles, Malvina do Amaral
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/94743
Resumo: Esta tese doutoral resulta de uma pesquisa realizada com três Escolas do Campo localizadas na região amazônica mato-grossense, especificamente no contexto do “Território da Cidadania Portal da Amazônia” – Escola Estadual Ouro Verde; Escola Estadual Terra Nova; e Escola Municipal Boa Esperança. O trabalho pretende apresentar uma compreensão a respeito dos processos educacionais vivenciados pelas Escolas, os sentidos encontrados no pensar e fazer de seus projetos educacionais, e em que perspectivas ético-político-estéticas orientam suas ações educativas. Orientadas pelo método fenomenológico heideggeriano, em que a concepção fundamental consiste em “deixar e fazer ver por si mesmo aquilo que se mostra, tal como se mostra a partir de si mesmo”, e sua teorização a respeito do “Cuidado Ontológico”, que consiste na busca do sentido originário do Ser na existência autêntica, a investigação e a elaboração escrita encontram-se permeadas e encharcadas pela minha (autor) própria existencialidade: das memórias da infância e adolescência no campo, na roça, da “Escolinha” da comunidade; dos diversos processos de afastamento do campo para a cidade, até a “deportação” mais definitiva enquanto condição e possibilidade para continuar os estudos; e o reencontro com o campo, as escolas do campo, por meio da militância política-educacional, a extensão universitária e a pesquisa acadêmica. A realização da pesquisa deu-se por meio de inserções de observação em cada uma das escolas, e de entrevistas semiestruturadas com diretores e diretora das escolas, coordenadores e coordenadoras pedagógicas, professores e professoras, estudantes, pais e mães. Nos diálogos teóricos estabelecidos, tiveram como um fio ziguezagueando o percurso em caracol, a busca do sentido estético originário da presença e o Cuidado/Cura em Martin Heidegger, o pensar complexo e a ética da compreensão em Edgar Morin, colaborados por Humberto Maturana, Sina Nisis de Rezepka, Michel Maffesoli, Fritjof Capra, Teilhard de Chardin, Maria Cândida Moraes e Saturnino de La Torre, entre outros. Em campos instáveis e movediços, os projetos educacionais desenvolveram-se de “Escolinhas” a “Escolas do Campo”, num processo de permanência e superação de valores e concepções, indicando um caminhar de “formação” e “capacitação” que entrelaça, sem serem redutíveis umas às outras, uma ética da religação e da solidariedade - uma política de participação e para a democracia - uma estética de convivência para o bem-viver. Tudo isso, produz um processo que desperta, em meio a diversas dificuldades, os modos de pensar e de conviver para uma epistemologia complexa-ecológica-agroecológica.