A aula de música como espaço-tempo de formação na educação básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ponso, Caroline Cao
Orientador(a): Del Ben, Luciana Marta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/242283
Resumo: Esta tese investiga como relações construídas por e entre sujeitos com a/pela música no espaço-tempo da aula de música podem contribuir para o processo de formação dos/as alunos/as. Como objetivos específicos, busca caracterizar o que é vivenciado no espaço-tempo da aula de música, examinar que relações são construídas com a música e entre os sujeitos e identificar quais sentidos podem ser atribuídos a essas relações e vivências. A investigação sobre como a aula de música pode se tornar um espaço-tempo de formação dos/as alunos/as se fez necessária porque nem toda prática de ensino de música e as aprendizagens dela decorrentes são, necessariamente, formativas. Teoricamente, a tese se sustenta em proposições sobre formação, de Gilles Ferry, sobre educação, de Gert Biesta, e sobre ensino de música e educação musical, de Wayne Bowman. Como estratégia de pesquisa foi desenvolvido um estudo de caso qualitativo com uma turma dos anos finais do ensino fundamental de uma escola pública de Porto Alegre/RS. A coleta de dados se deu de modo multifocal, tendo sido composta por dados em audiovisual, entrevistas em grupo, entrevistas online e análise documental. Os resultados da pesquisa apresentam a contextualização da escola e sua história e a consolidação da área de música, para a compreensão da construção coletiva dos dispositivos de formação; o modo como o grupo se constituiu no espaço-tempo da aula de música, construindo um sentido de coletivo que ocupou e organizou o espaço da aula; os vínculos, o convívio e as aprendizagens construídas pelos/as alunos/as a partir de relações entre os sujeitos e a música; a circularidade como perspectiva para o desenvolvimento dos saberes musicais, possibilitando representações da realidade, no sentido da colaboração e do relacionamento dos sujeitos nos diferentes tempos da aula; e, por fim, a aula de música como espaçotempo de formação na perspectiva dos/as alunos/as, lhes possibilitando o reconhecimento de si como sujeitos, como praticantes de música e em suas relações com o mundo. Esses aspectos indicam que as relações construídas por e entre sujeitos contribuíram para sua formação na medida em que o espaço-tempo da aula originou uma prática musical coletiva situada, uma vez que está inserida em um projeto de escola. Ao se reconheceram praticantes de música, cultivaram, além da música, o respeito mútuo, a responsabilidade para com o grupo e o convívio entre colegas. Essa experiência os/as fez refletir, reflexionar e, assim, transformarem-se em novos sujeitos, em um movimento possível de trabalho sobre si, a partir de suas relações com música, nas aulas de música.