Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Cassola, Talita Portella |
Orientador(a): |
Pinho, Leandro Barbosa de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/229357
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Resumo: |
As quedas são consideradas, mundialmente, um problema de saúde pública. Elas se tornaram preocupação para instituições hospitalares. Entre as unidades hospitalares, destacam-se as psiquiátricas, em função da vulnerabilidade dos pacientes em sofrimento psíquico. Frente a isso, o presente estudo teve como objetivo verificar a acurácia diagnóstica da Escala de Quedas Severo, Almeida e Kuchenbecker (SAK) em pacientes psiquiátricos hospitalizados. A pesquisa foi realizada na unidade de internação psiquiátrica de um hospital geral, universitário, de grande porte, do Sul do Brasil. A primeira etapa do estudo analisou as ocorrências de quedas associadas ao dano em 92 notificações do evento na unidade, por meio de um estudo ecológico retrospectivo, de junho a novembro de 2019. Nesta etapa foi possível identificar variáveis relevantes (fatores de risco) para quedas na psiquiatria. Essas e outras variáveis com significância clínica e epidemiológica foram investigadas na segunda etapa do estudo. Ela consistiu em um estudo de coorte, prospectivo, com abordagem quantitativa, realizado no período de dezembro de 2019 a agosto de 2020. O desfecho foi a ocorrência de queda(s) em pacientes psiquiátricos internados na unidade pesquisada. Esta etapa analisou fatores de risco físicos/comportamentais, intrínsecos e extrínsecos para quedas em pacientes psiquiátricos; verificou a acurácia da Escala de Quedas SAK e identificou a incidência do evento na unidade. Na segunda etapa do estudo, foram incluídos 203 pacientes internados de forma voluntária e involuntária na unidade, com idade igual ou superior a 18 anos. No caso de reinternação, o paciente foi incluído como um novo sujeito no estudo. Os dados foram coletados do sistema eletrônico Gestão Estratégica Operacional (GEO) do hospital, do prontuário eletrônico e diretamente dos pacientes. O período entre a data da admissão na unidade, a data de alta e/ou transferência do paciente foi considerado como o tempo de seguimento da pesquisa, durante os três turnos de trabalho (manhã, tarde e noite). Para associar as variáveis independentes ao desfecho, os participantes foram divididos em dois grupos: quedas (sim ou não). Foi realizada a dupla digitação do banco de dados e os dados discordantes corrigidos. Para a realização do cálculo das medidas de eficácia da Escala de Quedas SAK a avaliação dos pacientes foi realizada em seis momentos: na admissão na unidade psiquiátrica, na primeira semana, na mediana dos dias da internação (momento intermediário), na queda (primeiro evento ocorrido na unidade), na sua reavaliação (em até 24 horas) e na alta da unidade. A análise dos dados foi realizada no Excel (Microsoft) versão 15.0, SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 18.0 e no MedCalc Statistical Software. Para análise dos fatores de risco foi utilizado o diagrama causal acíclico (Directed Acyclic Graph-DAG). Após a elaboração do DAG, foi realizada Regressão de Poisson com variância robusta, de maneira a estimar o efeito dos fatores de risco em relação à ocorrência do desfecho da queda(s). Foram construídos modelos com as variáveis do DAG, buscando aproximar com a realidade da psiquiatria. A taxa de incidência média do evento na unidade foi 2,4 quedas/1000 pacientes-dia. A Escala SAK apresentou área sob a curva ROC (Receiver Operating Characteristic) aceitável em três momentos da avaliação: no intermediário da internação, na queda e na sua reavaliação em até 24 horas. Porém para a psiquiatria, na admissão e na primeira semana, que geralmente apresenta o momento mais delicado, pois é quando o paciente está instável psiquiatricamente, a Escala não apresentou valores aceitáveis de acurácia. Portanto, mostrou-se não ser bom modelo preditor de quedas em pacientes psiquiátricos. Quanto aos fatores de risco, a alucinação e a disposição do leito na unidade de psiquiatria apresentaram melhor comportamento nos modelos construídos. Com os resultados apresentados, o estudo permitiu a análise complexa dos múltiplos fatores de risco para quedas e auxiliou na prática clínica, buscando um modelo de predição de fácil aplicação, mais próximo da psiquiatria. O estudo também contribuiu no ensino e na pesquisa, na medida em que utilizou DAG como método de análise, além da estatística tradicional, estimulando a construção do conhecimento na Enfermagem e a produção de novas pesquisas com delineamentos robustos. |