Psiu! Fermento! : pastoral da juventude e imprensa estudantil nos anos 1980 a 1990

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vieira, Patrícia Machado
Orientador(a): Stephanou, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/106488
Resumo: A dissertação examina impressos estudantis de juventude das décadas de 80 e 90 do século XX, produzidos no Rio Grande do Sul, especialmente aqueles periódicos que circularam entre jovens estudantes, confeccionados pelos próprios jovens. Adota os pressupostos teóricos da História Cultural e da história da cultura escrita, sob inspiração dos estudos de Roger Chartier e Arlette Farge. São analisados dois conjuntos de impressos estudantis de juventude: o primeiro conjunto consiste em 31 edições do periódico intitulado Psiu, produzido pela Pastoral da Juventude Estudantil, em sua organização a nível estadual, Rio Grande do Sul; o segundo compreende 19 edições, 2 cartas e 3 edições especiais do periódico intitulado Fermento, produzido pela Coordenação da Pastoral da Juventude da Arquidioceses de Porto Alegre. Como documentação complementar, foram produzidos documentos orais a partir da realização de três entrevistas, uma com jovem que participou da confecção de um dos periódicos, uma com um assessor adulto da Pastoral da Juventude que atuou no período de circulação do Psiu e do Fermento e uma com um jovem liberado, à época atuante nesse âmbito. As entrevistas, de caráter compreensivo, focalizaram três eixos: as motivações, os envolvidos e os processos de produção desses impressos. A partir deste corpus empírico, a análise procurou apreender os usos desses objetos, em seus contextos de produção e circulação. Para isso, são descritos: a materialidade desses impressos, ou seja, os suportes nos quais os textos são dados a ler; os dispositivos textuais e tipográficos, ou protocolos de leitura propostos no Psiu e no Fermento; as muitas imagens que integram esses periódicos, e que se relacionam aos textos e à identidade visual dos impressos, caracterizando-as também como protocolos de leitura. Constatou-se que os suportes apresentam variações quanto ao número de páginas, qualidade de impressão, formatação dos textos, tamanho. Entretanto, a forma de apresentação ou a estrutura gráfica e editorial é constante, sobretudo por seu caráter artesanal. Pode-se inferir que tal forma caracteriza o gênero discursivo dos impressos estudantis, em especial da Pastoral da Juventude entre os anos 80 e 90 do século XX, além de uma inspiração em outros jornais de circulação e impressos aos quais os jovens tinham acesso. O estudo descreve e analisa, ainda, as práticas de produção que estiveram implicadas no Psiu e no Fermento, valendo-se das referências presentes nos próprios impressos e nas informações obtidas nas entrevistas. Essas referências evidenciam o caráter artesanal de produção e o envolvimento dos jovens em todas as fases, desde a escrita dos textos até a distribuição dos impressos. Por fim, importa destacar o papel formativo desempenhado por essas práticas de produção de impressos ligados às Pastorais de Juventude da Igreja Católica. Os jovens liam muito, escreviam textos, ocupavam-se da feitura (composição, diagramação), impressão e distribuição desses impressos, processo que lhes possibilitou a aquisição de novos conhecimentos, aprendizados e competências. O próprio contexto de ação em que estavam inseridos pode ser concebido como um processo educativo intenso e extenso, designado pela Pastoral da Juventude como formação de jovens.