Microclima, desenvolvimento e produção de videiras 'Niágara Rosada' em cultivo orgânico sob cobertura plástica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Comiran, Flávia
Orientador(a): Bergamaschi, Homero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Uva
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/17082
Resumo: Radiação solar, precipitação, vento, temperatura e umidade do ar são os elementos de maior influência sobre o desenvolvimento e a produção de videiras. Em microescala eles podem ser alterados pelo uso de cobertura plástica sobre vinhedos, visando melhorar a produção e a qualidade das uvas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar alterações micrometeorológicas causadas pelo uso de plástico sobre vinhedos e seus efeitos no desenvolvimento e produção de videira Niágara Rosada. O estudo foi conduzido num vinhedo em cultivo orgânico, no sistema latada, em Bento Gonçalves, RS, na safra 2007/08. Cinco linhas de plantas foram cultivadas sob plástico transparente (160 µm) em arcos descontínuos. Ao lado, foram mantidas linhas descobertas como controle. Nos dois ambientes foram monitoradas radiação fotossinteticamente ativa (RFA), temperatura e umidade do ar, ao nível do dossel e dos cachos, e velocidade do vento. Calculou-se a eficiência de interceptação do dossel para RFA, o acúmulo de graus-dia e a evapotranspiração de referência (ETo). Foram monitorados fenologia, índice de área foliar (IAF), peso e diâmetro de bagas, teor de sólidos solúveis e acidez total titulável, incidência de doenças fúngicas e rendimento de frutos. A cobertura reduziu em 34% a RFA incidente e aumentou a temperatura do ar junto ao dossel, com maior efeito nas máximas diárias (+3,1ºC). Ela reduziu em 93% a velocidade média do vento. No período diurno o ambiente coberto teve menor umidade relativa, maior pressão de vapor e maior déficit de saturação que em céu aberto. Com isto, ETo foi reduzida em 11% pela cobertura. A eficiência média de interceptação de RFA foi 0,59 no vinhedo descoberto e 0,56 no coberto, com respectivos máximos de 0,79 e 0,75 na mudança de cor das bagas, quando IAF foi máximo (2,1 e 2,5). A cobertura acelerou o desenvolvimento das videiras até a maturação das uvas, mas retardou a queda de folhas. Ela também promoveu maior IAF e maior duração da área foliar, com melhor condição fitossanitária das plantas. Não foi observada incidência de doenças fúngicas no vinhedo coberto. A cobertura proporcionou aumento na produção de uvas de 12,3 para 27,1 t ha-¹. Portanto, o uso de cobertura plástica sobre vinhedos é uma alternativa importante visando à produção de uvas de mesa na região da Serra Gaúcha em sistemas de cultivo orgânico.