Avaliação química e biológica de maytenus dasyclada mart. e maytenus cassineformis reissek (celastraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Schwanz, Melissa
Orientador(a): Henriques, Amelia Teresinha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/94611
Resumo: O gênero Maytenus, pertencente à família Celastraceae é um dos maiores da família, constituído por cerca de 225 espécies distribuídas nos trópicos. Espécies de Maytenus são utilizadas na medicina popular de diversos países. No Brasil, M. iliciflolia e M. aquifolium são amplamente usadas pela população como antiulcerogênicas, anti-inflamatórias e antitumorais. Desta forma, este trabalho propôs-se a estudar as folhas das espécies vegetais M. dasyclada Mart. e M. cassineformis Reiss., nativas do Rio Grande do Sul, caracterizando-as quanto a aspectos químicos e biológicos. Para isso, obteve-se extratos das folhas das espécies utilizando o aparelho de soxhlet e os seguintes solventes: hexano, acetato de etila e etanol, em ciclos de 12 horas consecutivas para cada solvente. Também foi obtido um extrato aquoso por decocção das folhas da espécie. Estes extratos foram analisados por técnicas cromatográficas (CLAE-UV e CLAE-UV-IES-MS) e quantificados através de espectroscopia no UV. Os extratos hexânico, acetato de etila e etanólico, de ambas as espécies, foram caracterizados quanto as atividades antioxidante (ensaios de TRAP, inibição de radicais hidroxil e óxido nítrico, e inibição da peroxidação lipídica e oxidação de proteínas) e anti-inflamatória (ensaio de quimiotaxia leucocitária), ambos in vitro. Através do ensaio cometa, in vitro, avaliouse o potencial genotóxico dos extratos. Por fim, os mesmos foram testados quanto a atividade antiulcerogênica in vivo, por meio de indução de úlceras agudas por etanol e anti-inflamatórios não esteróides (AINEs). Parâmetros de secreção gástrica também foram avaliados (volume, pH e acidez total) pelo modelo de ligadura de piloro, e a produção de muco no conteúdo gástrico foi determinado. No intuito de elucidar possíveis mecanismos de ação gastroprotetor os ensaios de L-NAME e NEM foram desenvolvidos. As análises químicas revelaram a presença dos flavonoides quercetina e canferol nos extratos acetato de etila e etanólico das espécies, bem como a presença de derivados da galocatequina e derivados 3-7-Odiglicosilados de canferol e 3-O-triglicosilado de quercetina. O extrato acetato de etila de ambas as espécies demonstraram o maior conteúdo de polifenóis totais (53,58 ± 0,43 e 43,65 ± 0,80 mg/g de ácido gálico equivalente) e o maior conteúdo de flavonoides totais (3,72 ± 0,27 e 3,19 ± 0,32 mg/g de quercetina equivalente), para extratos de M. cassineformis e M. dasyclada, respectivamente. Os extratos das duas espécies demonstraram ainda um efeito inibidor importante da migração de leucócitos, obtendo valores de IC50 de 0,2594 μg/mL, 0,6114 μg/mL e 0,7560 μg/mL, para os extratos etanólico, acetato de etila e hexânico de M. dasyclada, respectivamente. Para M. cassineformis os valores de IC50 foram de 0,3182 μg/mL, 0,3751 μg/mL e 0,2916 μg/mL, para os extratos etanólicos, acetato de etila e hexânico, respectivamente. A atividade antioxidante dos extratos acetato de etila e etanólico das duas espécies foi demonstrada nos ensaios de atividade antioxidante total (TRAP), em que houve inibição significativa da quimioluminescência formada pelo luminol; e atividade contra os radicais hidroxil demonstrando efeito significativo na prevenção da degradação da desoxirribose. Os extratos foram ainda capazes de inibir a peroxidação lipídica, pelo ensaio de formação de TBARS, e oxidação de proteínas, pelo método do carbonil. Nenhum dos extratos pesquisados evidenciou efeito genotóxico no ensaio cometa in vitro. Os extratos acetato de etila e etanólico de M. dasyclada exerceram atividade antiulcerogênica demonstrada nos ensaios de úlcera induzida por etanol e AINEs, interferindo na secreção de ácido, e, também, interferindo nos mecanismos citoprotetores, aumentando a secreção de muco. Os mecanismos gastroprotetores podem estar relacionados ao efeito antioxidante, demonstrados pela inibição de óxido nítrico e compostos sulfidrila. Os resultados obtidos neste trabalho representam as primeiras contribuições para elucidar compostos químicos e potenciais atividades biológicas das espécies M. cassineformis e M. dasyclada. Os extratos demonstraram atividades biológicas promissoras, relacionadas ao alto conteúdo de compostos fenólicos presentes nas espécies.