Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Gilson Rodrigues Chacon de |
Orientador(a): |
Lucas, Maria Elizabeth da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/183288
|
Resumo: |
Dedicamos estudar neste trabalho o ofício da música nas vilas de Recife e Olinda ao longo do século XVIII. Neste caso, partindo de um olhar etnomusicológico de um espaço-tempo histórico e com atenção aos conceitos "nativos", propomos compreender a partir dos esboços das trajetórias de cinco músicos e de suas redes de relações o exercício profissional dos músicos e suas práticas musicais no contexto sociocultural das vilas de Recife e Olinda. Assim, conseguimos perceber a existência de diversas compatibilidades culturais e estético/performáticas da música com o centro do Império Português, resultante dos frequentes trânsitos e comunicações dos músicos dos dois lados do Atlântico, o que justifica a frequente atuação na metrópole dos músicos transitados da capitania de Pernambuco para com uma forte rede clientelar lisboeta ao longo do século XVIII, composta pelos ricos comerciantes e mercadores, mas também pela alta nobreza e pelo alto clero. No espaço de Recife e Olinda propomos compreender como os músicos se articulavam em torno dos compartilhamentos, práticas e exercício profissional da música em uma sociedade altamente hierarquizada como a do Antigo Regime. Assim, percebemos a existência de uma "hierarquia do ofício da música", resultante não apenas do acúmulo de conhecimento prático e especulativo, mas também das redes clientelares constituída por esses músicos. Essas redes clientelares, fomentadoras inclusive dos trânsitos dos músicos à metrópole, eram responsáveis também por um subjetivo controle do ofício da música em grande parte dos setecentos, ao mediar a atuação dos músicos sob suas proteções. Entretanto, na segunda metade do século XVIII, ocorreu um aumento no número de músicos e uma redução dos serviços para com essas redes clientelares, decorrente das políticas econômicas das reformas pombalinas, o que resultou na necessidade da organização e controle do ofício da música na vila do Recife, acontecimentos que impulsionaram a constituição da Irmandade de Santa Cecília do Recife. Assim, ao construirmos os esboços das cinco trajetórias com suas redes de relações, tendo atenção ao contexto sociocultural desses músicos, conseguimos extrair e aprofundar questões subjetivas de possíveis práticas normativas musicais e sociais, possibilitando contribuir e avançar nos estudos musicológicos brasileiros, no sentido de uma maior compreensão dos músicos e das práticas musicais setecentistas da América Portuguesa. |