Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Seady, Marina Pedra |
Orientador(a): |
Leite, Marina Concli |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/194389
|
Resumo: |
A curcumina é o componente mais estudado presente na Curcuma longa, que é um dos principais compostos do curry. A curcumina é um agente com ação antioxidante e anti-inflamatória, sendo responsável por diminuir a secreção de citocinas pro-inflamatórias e inibir fatores de transcrição envolvidos na sinalização inflamatória. Apesar de seus efeitos benéficos, a curcumina possui uma baixa biodisponibilidade oral, o que dificulta seu uso terapêutico. Assim como a curcumina, a piperina também é encontrada no curry e, interessantemente, a ingestão concomitante desses dois compostos parece aumentar a biodisponibilidade oral da curcumina em cerca de 20 vezes devido ao seu efeito de inibir o processo de glicuronidação intestinal sofrido por ela. A piperina é o principal componente da pimenta preta (Piper nigrum), e também possui ação anti-inflamatória. A curcumina e a piperina são capazes de atravessar a barreira hemato-encefálica em modelos de inflamação in vivo. Em doenças neurodegenerativas, a resposta inflamatória participa do processo patológico, sendo ativada em resposta ao dano neurológico. Especificamente no sistema nervoso central, a resposta ao dano é mediada principalmente pela microglia e pelos astrócitos, sendo os astrócitos importantes no processo de recuperação após a lesão, dando suporte aos neurônios para a manutenção de contatos sinápticos. Os astrócitos também atuam na detoxificação da amônia e do glutamato, reciclando o mesmo para o neurônio, por meio da enzima glutamina sintetase. Ainda, atuam na resposta antioxidante cerebral, através da síntese de glutationa. Apesar da importância dos astrócitos na manutenção do sistema nervoso central e dos efeitos anti-inflamatórios periféricos da piperina e da curcumina, poucos estudos têm sido realizados sobre os efeitos dos compostos em parâmetros de funções astrocíticas. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da curcumina ou piperina, bem como a ação conjunta desses dois compostos em astrócitos em condições basais ou inflamatórias. Para isso, utilizamos culturas de astrócitos corticais de ratos Wistar neonatos, que cresceram até a confluência (21 dias) em meio de cultivo suplementado com soro fetal bovino. Em condições basais, a concentração de 50 μM de curcumina aumentou o conteúdo de glutationa, sugerindo melhora no perfil antioxidante celular. Ainda, a mesma concentração diminuiu a secreção de S100B e aumentou o conteúdo de GFAP. A piperina não demonstrou alteração nos parâmetros avaliados em condições basais. Em condições inflamatórias, tanto a curcumina e a piperina isoladamente quanto a combinação dos dois compostos reverteu a níveis basais o aumento da secreção de TNF-α causado pelo LPS. A piperina demonstrou reverter o aumento do conteúdo de GFAP causado pelo LPS. Apesar de não demonstrarem efeitos sinérgicos, a curcumina e a piperina mostraram efeitos complementares importantes. Portanto, a utilização dos dois compostos juntos, em nosso estudo, resultou em efeitos biológicos relevantes e promissores para a proteção anti-inflamatória no sistema nervoso central. |