Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Schmitt, Micaela Koch
Orientador(a): Rodrigues, Elisandro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/272703
Resumo: A pandemia de covid-19 transformou profundamente o modo de vida e de se relacionar das pessoas desde o seu surgimento em 2019, em Wuhan/China. Grandes populações foram confinadas em suas casas, sem acesso a lazer, serviços de saúde (que não fossem considerados essenciais) e atividades escolares. Trabalho sob a forma de home office e sistemas de telessaúde se espalharam com extrema rapidez para que a sociedade pudesse suprir suas necessidades e empreender seu desenvolvimento cotidiano, mas sem ou com o mínimo contato físico, o olho no olho, o corpo a corpo, a pele com pele. Vivências como o medo pelo desconhecido, a dor pelo grande número de mortes, a ansiedade por não conseguir dar conta das atividades sob o modo on-line, a desestruturação de rotinas e da vida domiciliar, a imposição de novas rotinas, a ausência da rua para o contato com áreas livres e até mesmo para as manifestações coletivas, além do stress laboral entre aqueles que tinham que cuidar do medo, da dor, da ansiedade e do sofrimento psíquico do outros, como os profissionais de saúde mental. Tudo isso fez com que muitas pessoas recorressem a práticas de autocuidado ou cuidados profissionais que antes não recorriam, o uso de medicações era uma alternativa fácil ao alívio emocional na ausência das tantas alternativas que envolvem contato físico ou presença em ambientes coletivos. Esta pesquisa procurou conhecer e compreender o cuidado entre residentes de saúde mental alinhados com a luta antimanicomial, bem como se o uso de medicação foi um recurso usado pelos residentes de programas multiprofissionais em saúde mental e quais as outras formas de cuidado que se fizeram necessárias. Assim, foram recebidos 14 questionários de retorno de egressos dos anos de 2020, 2021 e 2022 dos programas de saúde mental do RS, nos meses de agosto a outubro de 2023 que puderam nos sinalizar um pouco sobre as questões de medicalização e cuidados na pandemia. Os resultados nos mostram que os residentes não usaram de medicação durante a pandemia com o intuito de suportar o confinamento e as adversidades do período, bem como procuraram o cuidado em atividades de lazer, psicoterapia entre outras, apesar do aumento de sintomas ansiosos entre eles.