Resíduos sólidos orgânicos: da geração em estabelecimentos de produção de alimentos em um Shopping à destinação final na alimentação de suínos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Juffo, Everton Eduardo Lopes Dias
Orientador(a): Schmidt, Veronica
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/72041
Resumo: O presente trabalho tem como fundamento o Projeto de Reaproveitamento de Resíduos Sólidos Orgânicos via suinocultura, desenvolvido pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), da prefeitura municipal de Porto Alegre, e foi desenvolvido em 4 ações distintas. Na primeira, caracterizou-se o projeto através de pesquisa documental e entrevistas com os técnicos e produtores envolvidos no projeto, como forma de resgate histórico do mesmo e identificação das percepções dos entrevistados. A segunda foi a caracterização quantitativa e o grau de segregação dos resíduos orgânicos gerados em 14 estabelecimentos de alimentação, que preparam e servem alimentos (unidades de serviços de alimentação - USA), localizadas em um Shopping Center em Porto Alegre, que integra o projeto desenvolvido pelo DMLU. O alto grau de segregação incorreta (54,5%) observado representa um risco à saúde dos animais tendo em vista a presença de materiais como plásticos,cascas de frutas como abacaxi e palitos,os quais podem lesionar ou mesmo perfurar vísceras levando ao óbito dos suínos. Na terceira ação coletaram-se amostras dos RSO gerados nos 14 estabelecimentos, as quais foram homogeneizadas para compor uma amostra composta. Esta foi dividida em duas partes iguais sendo uma utilizada para análise microbiológica realizada no Laboratório de Medicina Veterinária Preventiva da UFRGS e outra encaminhada ao Laboratório de Nutrição Animal (LNA) da UFRGS, para as análises bromatológicas. Determinaram-se a percentagem dos nutrientes em relação à matéria natural e obtiveram-se os teores médios de 75,74% de umidade; 4,02% de Proteína Bruta; 0,53% de Fibra Bruta; 4,44% de Estrato Etéreo; 13,91% de Extrato Não Nitrogenado: 0,19% de Ca; 0,17% de P; 924 kcal/kg de Energia Digestível e 756 kcal/kg de Energia Metabolizável. A análise microbiológica revelou ausência de Salmonella spp e grande variabilidade na contagem de coliformes termotolerantes (6x10-2 a 1,3x10-8 ufc.g-1), sem a confirmação da presença de Escherichia coli. Realizou-se um estudo teórico para utilização dos resíduos sólidos orgânicos (RSO) analisados na alimentação de suínos, na fase de crescimento e terminação, comparando os resultados observados com outros ingredientes como o milho e os farelos de soja e de arroz, normalmente presentes nas rações de suínos. Verificou-se que o fornecimento diário de 10 kg de RSO para suínos em terminação até 70 kg apresenta nutrientes suficientes. Entretanto, na fase final de terminação é necessária a complementação alimentar para que ocorra ganho de peso. Na quinta ação, realizou-se um estudo de caso em uma propriedade que integra o projeto do DMLU, nas fases de crescimento e terminação. Coletaram-se os dados de um lote de 60 suínos com um peso vivo médio inicial de 28 kg e idades entre 63 a 70 dias, gerados a partir de cruzamentos industriais e comprados de uma propriedade produtora de leitões (UPL). Os animais foram alimentados exclusivamente com RSO in natura e, após ficarem alojados por um período de 115 dias, atingiram o peso médio final de 118,4 kg, resultando em ganho médio diário de peso vivo de 0,786 kg. A conversão alimentar do lote foi estimada em 10,76 e não ocorreu nenhuma morte de animais durante o estudo. Os resíduos sólidos orgânicos se bem segregados onde são gerados, acondicionados adequadamente e tratados de acordo com as normas vigentes quanto à segurança alimentar, embora apresentem uma heterogeneidade quanto a sua composição química podem ser uma fonte alternativa, mesmo que parcial na dieta de suínos nas fases de crescimento e terminação.