O ethos do professor de língua portuguesa na escrita diarista de alunas estagiárias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ferreira, Luciane Todeschini
Orientador(a): Guedes, Paulo Coimbra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/18444
Resumo: A presente investigação tem por objetivo apresentar, num estudo longitudinal, realizado, junto às alunas estagiárias do Curso de Licenciatura em Letras da Universidade de Caxias do Sul, o ethos (re) velado sobre o ser professor de língua portuguesa. Durante as três disciplinas de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado (PEES I, PEES II e PEES III), as estagiárias produziram diários de leituras (Machado, 1998) e diários de aulas (Pórlan (2000) e Zabalza (2004)). Para a análise, a seleção dos diários produzidos por quatro alunas (duas já professoras da rede municipal de ensino) e duas sem quaisquer experiências no magistério. Na análise das escritas, dois movimentos, na e pela escrita, se fazem perceptíveis: o de aproximação a um ethos institucional, sobre o qual as estagiárias tentam colar a imagem (visto ter prestígio, pelo menos no meio acadêmico), e o de afastamento de um ethos prévio (por estarem relacionados, geralmente, a imagens estereotipadas e negativas da profissão). As imagens perpetuaram-se ao longo dos semestres, sendo reveladas, nos diários, tanto pelo trabalho prescrito quanto pelo trabalho realizado. E nos ethe, a figura do professor amigo convive com a do professor ralador. O ethos moralista, presente em muitos momentos, também circula junto ao ethos autoritário e ao ethos comprometimento. Porém, reflexões sobre o ensino de língua portuguesa, objeto de ensino por excelência de qualquer professor que se licencia em Letras, não são significativas, ou melhor dizendo, não há um registro sistemático de reflexões sobre o objeto de ensino, e sim, quase tão somente, sobre a imagem do professor. O foco dos diários não é o estudo da língua, já que a mesma fica perdida entre imagens. Ao final, entre indagações, a certeza de que os cursos que trabalham com a formação de professores, em especial, com a formação de professores de língua portuguesa, necessitam promover uma séria e contínua reflexão sobre as imagens que continuamente embalam a formação docente, já que, não raro, acabam elas a se sobrepor à formação teórica específica. Entre imagens, o professor desaparece, desaparecendo, assim, nos cursos de licenciatura, a possibilidade de se pensar professor de língua.