Acurácia diagnóstica da força do aperto da mão como preditor de desnutrição e valor prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Parahiba, Suena Medeiros
Orientador(a): Souza, Gabriela Corrêa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/214024
Resumo: Introdução: A desnutrição é frequentemente encontrada em pacientes com insuficiência cardíaca agudamente descompensada (ICAD) e está relacionada com o aumento da mortalidade. A força do aperto de mão (FAM) é uma medida que pode ser utilizada para auxiliar no diagnóstico de desnutrição, além de ser considerada um método para predizer o prognóstico em algumas doenças cardiovasculares. Objetivo: Avaliar a acurácia diagnóstica da FAM na avaliação da desnutrição, assim como um preditor de mortalidade em 90 dias em pacientes com ICAD. Método: Estudo de coorte com pacientes com ICAD avaliados em até 36 horas após a internação. Foram realizadas a Avaliação Subjetiva Global (ASG - padrão de referência), dinamometria manual (Jamar®) e análise de prontuários. A mortalidade foi monitorada após 90 dias a partir de contato telefônico e/ou prontuários. A acurácia diagnóstica foi testada através da curva ROC (característica operacional do receptor) e a sobrevida pelo modelo de regressão de Cox. Resultados: A amostra foi composta de 161 pacientes com ICAD, a maioria homens (62%), idosos (77%), idade de 68.0 anos (60.0-75.0) e fração de ejeção de 37.7±16.2%. De acordo com a ASG, 60% foram classificados com risco para desnutrição, desnutrição moderada ou grave e apresentaram valores mais baixos da FAM quando comparados aos pacientes classificados como bem-nutridos (p<0,001). A curva ROC mostrou que a FAM possui acurácia suficiente para avaliar desnutrição (AUC: 0,696; IC 95%: 0,614-0,779; p<0,001) e uma acurácia muito boa para predizer desnutrição grave (AUC: 0,817; IC 95%: 0,711-0,923, p<0,001). Na análise por sexo, a FAM permaneceu acurada para detectar desnutrição apenas em homens (AUC: 0,670; IC 95%: 0,565-0,775; p=0,003) e desnutrição grave em ambos os sexos: homens (AUC: 0,757; IC 95%: 0,584-0,931; p=0,011) e mulheres (AUC: 0,842; IC 95%: 0,701-0,982; p=0,002). Para os homens, o ponto de corte da FAM de 25,5kgf foi considerado significativo para avaliar o aumento do risco de mortalidade em 90 dias (risco relativo: 8.6; IC95%: 1.1-70.9; p=0.045). Conclusão: Os resultados sugerem que a FAM é um indicador independente de desnutrição em pacientes com ICAD, bem como seu valor prognóstico para mortalidade em três meses para pacientes do sexo masculino.