Estrutura da comunidade de aves florestais em gradiente altitudinal na porção sul da floresta atlântica brasileira : apoio a planos de manejo/ação em unidades de conservação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Franco, Danielle
Orientador(a): Pereira, Maria João Veloso da Costa Ramos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/158298
Resumo: Embora reduzida e fragmentada relativamente à sua distribuição original, o bioma Mata Atlântica apresenta um dos maiores graus de riqueza e de endemismo faunísticos do mundo, abrigando cerca de 900 espécies de aves. No sul do Brasil, observamos o limite sul deste bioma que se estende ao longo da costa atlântica e sobre as escarpas leste da Serra Geral. Devido à destruição de habitats florestais no extremo sul do estado de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, diversas de espécies de aves características do bioma sofreram decréscimos significativos nas suas populações. Nesta região, espera-se que as aves respondam de diferentes maneiras à estrutura da vegetação em diferentes fisionomias florestais, sendo que a composição e riqueza de espécies pode mudar rapidamente com a altitude a curtas distâncias. A estrutura de uma comunidade biológica engloba todas as formas através das quais os organismos interagem entre si bem como as propriedades que emergem dessas interações tais como a estrutura trófica, a diversidade de espécies, e a abundância relativa. Neste trabalho, o objetivo consistiu em analisar os padrões de estruturação das comunidades de aves na porção sul do bioma Mata Atlântica, levando em conta suas diferentes fitofisionomias, definindo ainda estratégias de conservação para as espécies prioritárias encontradas nessas comunidades. O monitoramento da avifauna foi efetuado com base em capturas com redes de neblina no Parque Nacional de Aparados da Serra em duas formações: Floresta Ombrófila Mista (900 – 1.020m) e Floresta Ombrófila Densa ( – 200m). Foram realizadas amostragens em cada estação do ano entre 2015 e 2016, tendo sido capturado um total de 651 indivíduos de 95 espécies distribuídas por 30 famílias. Destes foram capturados 206 indivíduos de 49 espécies em Floresta Ombrófila Mista e 445 indivíduos de 73 espécies em Mata Ombrófila Densa. A riqueza rarefeita assim como os índices de diversidade variaram de acordo com o tipo de formação florestal amostrada, sendo superiores na Floresta Ombrófila Densa. A análise de similaridades revelou diferenças significativas na composição das espécies entre as duas fisionomias; porém não foram detectadas diferenças na diversidade funcional entre Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa. Estas formações florestais, localizadas em diferentes altitudes, apresentam diferenças de composição, riqueza e diversidade de espécies. A partir dos dados de ocorrência, grau de ameaça e amplitude da distribuição das espécies capturadas, definimos ações de manejo e conservação para as espécies prioritárias levando em conta a informação existente acerca de cada uma delas. As espécies identificadas como prioritárias foram: Euphonia chalybea, Myrmoderus squamosus, Tangara cyanocephala, Philydor atricapillus, e Automolus leucophtalmus. Propomos a desapropriação e restauração das áreas desmatadas para agricultura e criação de gado usadas ilegalmente e o monitoramento de longo prazo a fim de definir a situação populacional de cada uma das espécies no sul do Brasil. Floresta ombrófila densa, localizada em baixas altitudes, com cima mais úmido e quente e habitats mais estruturados verticalmente abriga maior riqueza, diversidade e abundancia relativa de espécies do que a Floresta Ombrófila Mista localizada em altas altitudes. Diferenças na composição de espécies e em riqueza e divergência funcional se devem ao fato de estes dois ambientes serem bastante distintos no que se refere a configuração e ao tipo de vegetação encontrada. O PNAS abrange cinco das oito formações descritas para o bioma Mata atlântica, e se encontra no limite de distribuição para muitas espécies migratórias e residentes, estando no maior continuo de mata ainda existente no estado do Rio Grande do Sul. Nesse sentido, monitoramentos de longo prazo e ações urgentes de conservação para as espécies ameaçadas se fazem necessárias.