Movimento incipiente e orientação de conchas de moluscos bivalves sob ação de correntes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Felipe Rafael Secco da
Orientador(a): Toldo Junior, Elirio Ernestino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/258634
Resumo: Três espécies de conchas dos moluscos bivalves Anomalocardia brasiliana, Codakia orbicularis e Divaricella quadrisulcata foram experimentalmente avaliados em canais de laboratório com o intuito de determinar as condições de início de movimento e a orientação final das conchas após cessado o transporte. Um total de 150 experimentos foram realizados, nos quais conchas isoladas, dispostas em um leito fixo de textura arenosa, foram submetidas a ação de correntes. Este estudo relata que conchas posicionadas com a convexidade para cima são resistem mais a ação do escoamento quando o umbo está apontando para jusante. Nessa posição inicial, a variação de tamanho das conchas possui relação direta com a energia do escoamento necessária para pô-las em movimento. Já conchas mobilizadas com a convexidade para cima e com o umbo apontando para a montante, além de serem mais facilmente mobilizadas, são menos sensíveis a variação de tamanho. Em relação à forma da concha, esta pesquisa mostra que as espécies com maior área frontal tendem a serem mais facilmente mobilizadas. Os resultados de tensão de cisalhamento crítica obtidos nessa pesquisa foram normalizados em termos do parâmetro adimensional de Shields, e exibem valores muito abaixo da curva de previsão de início de movimento para grãos esféricos de Shields e possuem uma boa correlação com dados da literatura adquiridos sob condições semelhantes de escoamento e leito. Com relação à orientação das conchas, foi visto que as conchas que possuem valvas de geometria circular, quando transportadas com a convexidade para cima tendem a se orientar com o umbo apontando para jusante. Já as conchas de formato elíptico tendem a serem orientadas com o eixo de maior comprimento paralelo à ação do escoamento, possuindo um comportamento em que o umbo das valvas espelhadas (valvas direita e esquerda) apontam para margens opostas do escoamento. Esse comportamento também foi testado e confirmado em outro cenário experimental, no qual submeteu-se um leito inteiramente composto por valvas da espécie Anomalocardia brasiliana sob a ação de correntes. A maior parte das medições de orientação das valvas neste cenário (Média = 69%, desvio padrão = 12%) mostram que o umbo da valva direita tende a apontar para a margem direita do escoamento, já as valvas esquerdas apontam o umbo para o lado esquerdo do escoamento.