Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Islaila Silva |
Orientador(a): |
Machado, Roseli Belmonte |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/288831
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Resumo: |
Esta pesquisa insere-se no contexto dos debates sobre os processos de inclusão, com foco específico na inclusão escolar dos alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas aulas de Educação Física em escolas regulares. O objetivo do estudo é problematizar discursos que circulam no ambiente escolar, acerca do Transtorno do Espectro Autista, que constituem a docência em Educação Física na rede municipal de educação de Porto Alegre. A investigação situa-se no campo dos Estudos Culturais, utilizando como referencial teórico e metodológico o pensamento de Michel Foucault e outros autores alinhados à teorização foucaultiana, trabalhando com os conceitos de discurso, norma, governamento e governo pela verdade. A pesquisa adota uma metodologia qualitativa, baseada em entrevistas semiestruturadas com professores de Educação Física de escolas da rede municipal de Porto Alegre. O material das entrevistas, analisado com as lentes teóricas dos Estudos Foucaultianos, foi organizado em quatro focos. Em primeiro, O que se fala sobre o aluno com TEA: entre políticas de inclusão e discursos gerais, o capítulo analisa os discursos sobre o TEA, destacando a influência de saberes médicos historicamente construídos na percepção e tratamento de indivíduos com TEA. Em segundo, Saberes docentes e autocobrança: a prática docente a partir dos discursos sobre inclusão do aluno com TEA, examina os desafios enfrentados pelos professores na inclusão de alunos com TEA, evidenciando a lacuna na formação inicial e a busca por conhecimento autônomo. Apesar do desejo de inclusão, a falta de preparo e recursos adequados gera autocobrança e impacta a prática docente; Em terceiro, A exclusão do incluído: o lugar do aluno com TEA nas aulas de Educação Física, analisa como a inclusão escolar de alunos com TEA, apesar do discurso favorável, muitas vezes se limita à presença física, sem garantir participação efetiva. A pesquisa destaca que a falta de preparo docente, recursos e naturalização de práticas excludentes, perpetuam a exclusão. Em quarto, O papel do diagnóstico: desafiando anseios na abordagem de alunos com TEA, problematiza relação entre o diagnóstico de TEA, as práticas escolares e os discursos de poder que moldam a inclusão, o qual nos mostra um anseio por diagnósticos dos alunos, concluindo que o diagnóstico, enraizado no discurso médico, pode levar à medicalização e patologização do TEA. Pode-se, então, afirmar que os discursos que circulam nas escolas sobre estudantes com TEA se relacionam a um saber médico, construído como uma verdade deste tempo, a qual busca formas de normalizar esses estudantes, incluindo a busca pelo diagnóstico. Nessa relação os docentes não se sentem preparados e acabam por se curvar à essa verdade médica sobre TEA, o que, por vezes, dificulta o processo de inclusão desses estudantes nas aulas de Educação Física. Embora a política de inclusão seja uma realidade estabelecida, ela frequentemente reforça desigualdades, especialmente quando o discurso médico predomina sobre o pedagógico, criando barreiras à inclusão dos alunos com TEA. |