Trabalho docente na pós-graduação : a lógica da produtividade em questão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Maria das Graças Martins da
Orientador(a): Franco, Maria Estela Dal Pai
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/15514
Resumo: A tese aborda o trabalho docente no âmbito da Pós-Graduação, tendo como foco a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O problema da pesquisa versa sobre a lógica que fundamenta as políticas da educação superior e sobre os seus reflexos no trabalho docente. Como hipótese, sustenta que as políticas da educação superior, sobretudo considerando a avaliação dos Programas de Pós-Graduação, fundamentam-se na lógica da produtividade, o que implica em contradição no trabalho docente, dada a condição do trabalho e os objetivos da educação. Para tanto, explora as políticas da educação superior (legislação, declarações oficiais de princípios e metas, ambos em nível nacional e institucional, e, com destaque, o formato avaliativo dos Programas de Pós-Graduação), bem como realiza entrevistas com docentes, considerando parte do quadro permanente dos 3 Programas de Pós- Graduação mais antigos da UFMT. O materialismo dialético forneceu a base teóricometodológica da pesquisa, sendo decisivo na definição categorial. Em relação aos resultados, a pesquisa identificou, substancialmente, que os docentes reconhecem as negatividades presentes no trabalho que realizam na Pós-Graduação (privação da convivência e da reflexão, individualismo, intensificação e fragmentação do trabalho, entre outros aspectos); no entanto, se submetem a esta condição para atender às exigências da avaliação dos Programas, processo esse que reforça as características da produtividade no trabalho e cria contradições às finalidades da educação. Nesse cenário, o docente se movimenta, buscando uma direção que ainda lhe é incerta. Em relação às políticas da educação superior, os documentos analisados indicam que existe uma sinergia entre a instância federal e a institucional; nesse sentido, as políticas refletem-se, integram-se e fortalecem a lógica da produtividade, que, impondo-se sobre a da educação, significa a valorização da produção docente fundamentada em determinados atributos, dos quais a quantificação é a base. Conclui que as políticas da educação superior condicionam a produção do docente, o que torna precário o seu trabalho e debilita o processo educacional; entretanto, pondera que, das contradições que emergem dessa realidade e da práxis docente, pode surgir uma produção antagônica à lógica em curso.